Saúde
Fenômeno do 'cérebro pipoca': como as mídias sociais estão ACABANDO com sua atenção?
Especialista observa que a constante busca por novidades e alertas nas redes sociais pode criar um ciclo vicioso que dificulta a concentração.
Se você se sente como se não conseguisse focar em nada por muito tempo e está sempre pulando de uma tarefa para outra, talvez esteja lidando com o chamado “cérebro pipoca“. Essa expressão, que pode soar estranha à primeira vista, descreve um estado de atenção fragmentada que muitos de nós experimentamos devido ao bombardeio constante de informações pela mídia digital.
Entendendo o “cérebro pipoca”
O termo “cérebro pipoca” foi mencionado pelo Dr. Daniel Glazer ao Metro UK, explicando que “refere-se à tendência de nossa atenção e foco saltarem rapidamente de uma coisa para outra, como estourar grãos de milho”.
Essa condição não é novidade, tendo sido abordada em 2011 por David Levy da Universidade de Washington. Com a evolução da tecnologia, especialistas em saúde mental estão destacando a importância de encontrar formas de lidar com esse fenômeno.
Atualmente, mais da metade da população mundial está ativa nas redes sociais, gastando em média 2 horas e 23 minutos por dia nelas. Dannielle Haig, psicóloga, observa que a constante busca por novidades e alertas nas redes sociais pode disparar uma liberação de dopamina, criando um ciclo vicioso que dificulta a concentração.
As Consequências do “Cérebro Pipoca”
Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em Irvine aponta que a duração da atenção das pessoas em uma única tela antes de mudarem de foco diminuiu drasticamente nos últimos anos. Glazer aponta que “alguns aspectos-chave de aplicativos populares parecem exclusivamente adequados para dispersar o foco”, o que contribui para a dificuldade em manter a concentração.
A constante alternância de tarefas e a necessidade de processar informações rapidamente podem reconfigurar as vias neurais do cérebro, prejudicando a capacidade de se engajar profundamente com o conteúdo e afetando a aprendizagem, a memória e a regulação emocional.
Haig alerta que isso pode ter impactos negativos significativos na interação social, paciência, bem-estar emocional, produtividade, bem como aumentar a ansiedade e o risco de esgotamento.
Como aliviar o “cérebro pipoca”
Para combater o “cérebro pipoca”, Haig e Glazer sugerem algumas estratégias práticas:
- Limitar o uso da tecnologia: Estabeleça horários específicos para usar dispositivos digitais e faça desintoxicações digitais regulares.
- Atividades sem tela: Engaje-se em atividades que não envolvam telas, como meditação, passeios na natureza, exercícios físicos, leitura e arte.
- Foco em tarefas únicas: Reserve momentos para se concentrar em uma só tarefa, evitando a multitarefa.
- Controle das mídias sociais: Exclua aplicativos periodicamente para retomar o controle sobre seu uso.
Adotando essas práticas, é possível combater os efeitos do “cérebro pipoca”, melhorando a capacidade de concentração e o bem-estar geral.
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