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Fitch melhora nota de crédito da Vale e projeta dividendos de US$2 bi em 2020
Agência de classificação de riscos destacou as medidas que a mineradora vem tomando para reduzir riscos nos últimos 18 meses.
A Fitch Ratings, agência de classificação de riscos, subiu as notas de crédito da Vale para “BBB”, apontando as medidas que a mineradora vêm tomando para reduzir riscos nos últimos 18 meses. A agência também disse que espera que a Vale distribua mais de 2 bilhões de dólares em dividendos em 2020.
A companhia melhorou sua classificação como emissora de dívida de longo prazo no mercado local e estrangeiro, bem como a avaliação para emissões não garantidas da empresa. A classificação anterior era “BBB-“.
As perspectivas para a avaliação permanecem estáveis, enquanto a nota de crédito da Vale para emissões domésticas de longo prazo foi afirmada em “AAA(bra)”, acrescentou a Fitch.
Analistas da Fitch afirmaram que “essas ações quanto à avaliação refletem medidas tomadas pela Vale ao longo dos últimos 18 meses que reduziram o risco de futuras falhas em barragens e as implicações para o ambiente e comunidades caso eles ocorram. As ações de ´rating´ também levam em conta a extremamente baixa alavancagem da Vale e o forte fluxo de caixa livre”.
A posição seria suficiente para que a Vale enfrente uma eventual queda dos preços do minério de ferro ou mesmo até possíveis passivos judiciais inesperados relacionados ao desastre de Brumadinho, que deixou centenas de mortos no ano passado, disseram os analistas.
“A Fitch projeta que a Vale vai gerar 18,5 bilhões de dólares em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2020 e acabará o ano com 2 bilhões de dólares em dívida líquida, após distribuir mais de 2 bilhões de dólares em dividendos”.
Após o rompimento de sua barragem em Brumadinho (MG) no ano passado, a Vale suspendeu o pagamento de dividendos alegando foco em reparações pelo incidente, mas aprovou a retomada dos dividendos em julho, ao anunciar resultados do segundo trimestre de 2020.
O fluxo de caixa livre deve continuar alto em 2021, perto de 3 bilhões de dólares antes das distribuições de dividendos, disse a equipe da Fitch.
Os cálculos levam em consideração preços médios de minério de ferro de 75 dólares por tonelada no próximo ano e de 95 dólares por tonelada em 2020.
A Vale teve alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, de 0,4 vezes ao final de junho, e o indicador deve ainda cair para 0,1 vez ao final do ano, nas contas da Fitch.
“Através de dividendos, recompras de ações e pagamentos de juros sobre o capital próprio, a Fitch espera que a Vale aumente sua dívida líquida para cerca de 8 bilhões de dólares ao final de 2022, o que resultaria em índices de alavancagem de longo prazo na faixa entre 0,3 vezes e 0,7 vezes, dependendo dos preços do minério de ferro”, apontou a agência.
Em caso de avanço no descomissionamento de barragens ou aumento da produção de minério de ferro por meio do uso de processamento a seco, a avaliação pode melhorar ainda mais. Em contrapartida, eventuais restrições operacionais e possíveis despesas extras e não provisionadas com remediação de desastres poderiam reduzir a nota da empresa, ainda de acordo a agência.
Na semana passada, a Vale elevou suas perspectivas para os preços do minério de ferro, indicando o aperto na oferta em parte devido à expectativa de menor produção, o que pode ter ajudado no ‘rating’.
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