Flores que mudam de cor: saiba porque isso acontece

Algumas plantas comumente cultivadas em jardins e canteiros, podem sofrer alterações na coloração de suas florações em virtude de fatores tais como pH do solo, incidência de maior ou menor quantidade de luminosidade, bem como, em vista de mecanismos bioquímicos e fisiológicos, dentre eles, principalmente a manifestação da antocianina.

Importante observar que a mudança de cor é um fenômeno relativamente comum entre as angiospermas, e não deve ser confundida com a perda de cores e o escurecimento que acompanham o processo de senescência. Em termos funcionais, os mecanismos associados à mudança de cor das flores, envolvem três grandes classes de pigmentos vegetais: carotenóides, flavonóides e betalaínas.

Outro fator que também está associado a essa mudança de cores é a presença de polinizadores animais, já que os insetos e animais colhem o pólen das flores e o néctar como alimento e então se movem para a próxima flor colorida repetindo o processo. O pólen gruda em seus pés e corpos ao se moverem de planta para planta, disseminando alguns desses pólens para outras flores promovendo a polinização e a reprodução. Desse modo, acredita-se que com o tempo as flores evoluem suas características para melhor atrair pássaros, abelhas e outros polinizadores.

3 flores que mudam de cor

Como vimos, diversos fatores são capazes de estimular a mudança de cor das flores, sejam eles fisiológicos e naturais das espécies ou ambientais, que tornam possíveis diferentes manejos dos cultivadores com o objetivo de atingir alguma coloração específica. Sendo assim, conheça essas três espécies que apresentam flores que mudam de cor.

1. Árvore-orquídea

A árvore-orquídea, de nome científico Bauhnia monandra, é uma das espécies que possui uma mudança de coloração programada de suas flores. Quando a planta é jovem, possui cor branca, com o destaque para uma mancha vermelha em sua pétala central. Ao se desenvolver, contudo, esta única pétala manchada se curva e colore as outras estruturas em um tom de rosa, uniformizando a cor das pétalas.

2. Hortênsia

A hortênsia é famosa justamente por possuir essa característica. Nesse caso, as transformações ocorrem a partir de alterações no pH do solo, variando o tom das flores entre azul, roxo e rosa. As pétalas azuis surgem em substratos ácidos, enquanto as rosas em solos alcalinos. As roxas ficam em um meio termo entre as duas cores, despontando em substratos de pH neutro. Dessa forma, faça a manutenção do pH ou altere caso queira uma nova coloração.

3. Cambará

As mudanças de coloração da Cambará são fisiológicas e ocorrem com o passar dos dias. A espécie floresce durante a primavera e, no início, possui coloração amarela, seguindo para laranja até atingir o tom vermelho. Desse modo, havendo certa gradatividade, em uma mesma flor, é possível encontrar pétalas nas três tonalidades.