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Golpe do QR Code: idosa perde US$ 20 mil em ‘promoção’ de bebida grátis

Número de ocorrências aumenta no mundo. No Brasil, o alerta foi dado pelo Ministério da Justiça em 2021. Objetivo é acessar dados bancários.

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Uma senhora de Singapura perdeu uma bolada em dinheiro, após cair em um golpe envolvendo um falso QR Code. O caso merece a atenção dos brasileiros, pois o método é o mesmo que vem sendo adotado por criminosos no país.

Ao fazer a leitura do QR Code, a mulher de 60 anos baixou um aplicativo malicioso para o celular e o software fez transferências de sua conta bancária sem qualquer autorização. Ao todo, ela perdeu US$ 20 mil.

O QR Code havia sido apresentado como código promocional em uma loja de bubble tea. A vítima explicou que ele estava na vitrine do estabelecimento, com a oferta de uma bebida grátis em troca do cadastro no programa de fidelidade da loja.

Camuflagem e perda milionária

Assim que escaneou o QR Code, a mulher foi induzia a baixar um app que, para disfarçar, trazia informações sobre a oferta da loja. Durante a noite, já em casa, algo estranho aconteceu.

A vítima percebeu que a tela do celular havia sido ativada sem qualquer comando feito por ela. A idosa verificou o que estava acontecendo e percebeu as transferências do dinheiro que estava em sua conta.

O golpe foi amplamente divulgado pela imprensa local, como forma de alertar as pessoas. Em abril, a polícia de Singapura já havia informado a população sobre o aumento desse tipo de ocorrência, envolvendo QR Code.

Só neste ano, mais de 100 vítimas foram registradas no país, com perdas em dinheiro de mais de US$ 445 mil, ou seja, algo em torno de R$ 2,2 milhões.

Alerta global

O mesmo alerta vale para outros locais do mundo. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, por exemplo, pessoas foram vítimas de falsas multas de trânsito ou notificações aplicadas com QR Code fraudulentos.

Elas foram induzidas a fazer os pagamentos em páginas que simulavam os sites dos departamentos de trânsito. O acesso ocorreu a partir de encurtadores de URL e contava com sistemas de pagamento legítimos.

No Brasil, esses mesmos mecanismos estão na mira da polícia desde 2021. O Ministério da Justiça emitiu o primeiro alerta há dois anos. Criminosos vinham utilizando QR Code para obter dados de cartões de crédito.

No mesmo ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) avisou sobre o uso de códigos em boletos falsos. As “cobranças” chegavam às vítimas através de aplicativos de mensagem.

Como se proteger?

De acordo com a empresa de cibersegurança Kaspersky, o Brasil é o segundo país do mundo em incidência de fraudes envolvendo QR Code.

Um dos principais focos, hoje, é o Pix. Como uma das chaves para fazer as transferência prevê a utilização de códigos, os criminosos se aproveitam para obter dados e furtar quantias.

Para se proteger, é importante ficar atento às cobranças que chegam por aplicativos ou e-mails, com utilização de QR Code. Desconfie de notificações ou multas indevidas e de ordens para que o pagamento seja feito com urgência.

É essencial conferir se as informações do destinatário da mensagem condizem com a do serviço a ser pago e se os dados são de pessoas física ou jurídica, pois se for uma pessoa cobrando no lugar de uma empresa, é sinal de problema.

Por fim, busque atendimento para confirmar se a cobrança é real, antes de acessar ou scanear qualquer código apresentado. Use sempre meios oficiais para fazer isso.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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