Índice acionário deve repercutir decisões do Copom e do Fed

Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos fizeram o que era esperado: anunciaram a manutenção das taxas de juros nos níveis atuais. Ontem, após a decisão do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) as bolsas apresentaram volatilidade, e o Ibovespa encerrou abaixo dos 100 mil pontos. Hoje, os índices futuros indicam um dia de queda. Às 9h05, o Ibovespa futuro registrava queda de 0,62%, aos 99.675 pontos, e o futuro do índice Dow Jones caia 1,01%, aos 27.647 pontos.

O Fed manteve a taxa de juros perto de zero e garantiu que vai deixá-la nesse patamar até que a inflação esteja em vias de “superar moderadamente” sua meta de 2% por algum tempo, e o mercado de trabalho tenha atingido níveis consistentes. O presidente da entidade, Jerome Powell, disse ainda que existem dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia do país em meio aos desafios do coronavírus.

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 2% ao ano, no entanto, deixou espaço para novos cortes, “se houver corte, deve ser pequeno”. A autoridade monetária reforçou ainda que “não pretende reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte de política monetária”.

Hoje, os investidores vão repercutir os comunicados do Copom, já que a decisão saiu após o fechamento da bolsa, e o do Fed, e ainda estarão atentos às decisões dos BCs do Japão e da Inglaterra. Em relatório, os analistas da Guide Investimentos avaliam que os ativos de risco locais continuaram apresentando dificuldades para acompanhar o movimento de recuperação verificado lá fora. “Sem novos catalisadores na frente dos dados econômicos, investidores seguem buscando pistas para justificar uma pressão compradora com maior vigor”, diz o documento.

Diante desse cenário de falta de estímulo para os ativos locais, a cena política segue no foco dos investidores. O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria.

No exterior, os BCs do Japão e da Inglaterra também não alteraram suas taxas de juros. Nos EUA, logo mais serão conhecidos os dados semanais de auxílio-desemprego.