Economia
Índice de Confiança da Indústria (ICI) tem pior agosto em três anos
Indicador caiu para 92,4 pontos, devido ao recuo do Índice de Situação Atual (ISA)
O pior agosto em três anos. Assim foi classificado o Índice de Confiança da Indústria (ICI) deste mês, que recuou 0,5 ponto, passando a 92,4 pontos, depois de haver caído outros 2,1 pontos, em julho, apontou, nesta terça-feira (29), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Dos três componentes do ICI, neste mês, dois deles registraram recuo, como o Índice de Situação Atual (ISA), que caiu 1 ponto, a 88,5 pontos; o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) baixou 0,2 ponto porcentual, a 80,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) permaneceu estável, em 94,4 pontos.
Em nota, o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini assinala que “a confiança da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo, influenciada pela piora da percepção sobre o momento e estabilidade em relação às expectativas. Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual que sustenta ainda taxa de juros e endividamento das famílias em patamares elevados, dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo”.
No caso do ISA, o quesito com maior influência na redução do indicador foi aquele que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios, que retrocedeu 2,7 pontos, para 88,9 pontos, patamar mais baixo, desde fevereiro de 2022, quando chegou a 86,9 pontos. Já o quesito que mede o nível atual de demanda retraiu 0,9 ponto, para 91,5 pontos, enquanto o nível de estoques recuou 0,9 ponto, para 113,6 pontos.
Pelo viés das expectativas, o quesito relativo à produção prevista cresceu 1,6 ponto, para 94,7 pontos, ao passo que aquele que mede perspectivas sobre contratações subiu 0,9 ponto, para 101 pontos.
Em contraponto, a tendência dos negócios para os próximos seis meses baixou 2,4 pontos, atingindo 87,9 pontos, permanecendo abaixo dos 100 pontos, desde setembro de 2021. Segundo Pacini, “para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho”.
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