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Juros futuros ‘decolam’ após divulgação da ata do Copom
‘Tom duro’ adotado pelo BC reforça a perspectiva de que a Selic continuará elevada
A percepção predominante no mercado, de que a taxa Selic poderá se manter elevada (ainda por um bom tempo), conforme o tom adotado na Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) acabou determinando o viés de alta dos contratos de juros futuros, nesta terça-feira (28).
Considerada ‘hawkish’ pelo mercado – expressão que remete a um tom duro, no jargão econômico – a ata do Comitê reafirma a posição manifestada, dias antes, pela autoridade monetária, no sentido de manter a ‘preocupação’ com relação às expectativas de inflação.
Ao mesmo tempo, o documento do BC chama a atenção para o fato de que ‘não há uma relação direta’ entre o novo arcabouço fiscal (prometido pelo Planalto, para os próximos dias) e a convergência dos preços às metas de inflação, mas ressalta que o foco da política monetária está associado diretamente às expectativas de inflação, que ‘se mantêm desancoradas’, ou seja, sem tendência definida.
Como reflexo, na sessão desta terça (28), a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para outubro de 2023 subiu de 13,375%, no ajuste anterior, para 13,44%; a taxa para janeiro de 2024 passou de 13,057% a 13,16% e à de janeiro de 2025 aumentou de 11,884% para 12,005%. No que se refere a contratos de perfil mais longo, como os de janeiro de 2027, a taxa teve alta mais discreta e próxima da estabilidade, ao passar de 12,142% para 12,17%.
Para o CFA e Product Manager da renda fixa da Kinitro Capital, Mauricio Ferraz, “o BC está vendo uma atividade que está se desacelerando e uma inflação que, apesar de ter cedido dos níveis mais altos do ano passado, ainda está rodando em patamares elevados, o que a instituição a ‘perseverar’ no aperto monetário”. A conclusão do executivo é de que o BC “não vê corte de juros no futuro próximo”.
Uma vez diluído o impacto da divulgação da ata do Copom, as atenções do mercado se voltam para a divulgação do Relatório de Inflação, acompanhada da entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na próxima quinta-feira (30), na qual o xerife do real poderá responder às críticas contundentes disparadas contra ele pelo Palácio do Planalto.

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