Economia
Mercado de trabalho nos EUA deve desacelerar criação de vagas
Contratações em setembro devem ficar abaixo do esperado, longe de recuperar os 22,2 milhões de postos perdidos em março e abril.
A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos provavelmente desacelerou ainda mais em setembro. Isso porque a recuperação da crise provocada pela pandemia de Covid-19 perdeu força em meio à redução do auxílio fiscal do governo e a uma pandemia implacável. Desta forma, muitos trabalhadores correm o risco de ficarem permanentemente desempregados.
O relatório de empregos do Departamento do Trabalho dos EUA, que será divulgado nesta sexta-feira, 02, será o último antes da eleição presidencial, que ocorre no dia 3 de novembro. O golpe econômico da pandemia tem sido uma questão importante durante a campanha eleitoral.
O presidente republicano Donald Trump provavelmente irá considerar o quinto mês consecutivo de aumento de empregos como um sinal de progresso para a economia do país, que mergulhou em recessão em fevereiro.
Entretanto, os ganhos de emprego previstos para setembro devem ser os menores desde a recuperação do emprego iniciada em maio e ainda deixariam o mercado de trabalho longe de recuperar os 22,2 milhões de postos perdidos em março e abril. O ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, candidato do Partido Democrata, atribui a turbulência econômica à abordagem da Casa Branca diante da pandemia, que já infectou mais de 7 milhões de pessoas no país, com mais de 200 mil mortes.
De acordo com o professor de finanças e economia da Loyola Marymount, Sung Won Sohn, a recuperação continua, mas apresenta um ritmo mais lento, em parte devido à redução significativa do estímulo do governo. “Estamos vendo mais reduções de pessoal e falências e, até que o próximo governo chegue com mais apoio, não ficaria surpreso em ver um novo declínio no emprego ao final do ano”, acrescentou
Segundo levantamento da Reuters com economistas, o mercado provavelmente criou 850 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, depois de 1,371 milhão em agosto devido à contratação de quase 250 mil trabalhadores para o Censo de 2020. O resultado deixaria o emprego 10,7 milhões de vagas abaixo do nível registrado em fevereiro.
Apesar de a criação de vagas ter superado as projeções para os últimos meses, isso não muda a narrativa de crescimento mais lento à medida que se inicia o quarto trimestre. O crescimento do emprego atingiu um pico em junho, quando a criação de vagas subiu ao ritmo recorde de 4,781 milhões de postos de trabalho.
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