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Finanças

Nova alta na Selic: É hora de apostar em investimentos atrelados à taxa?

Quinta alta seguida na taxa básica de juros (Selic) volta a colocar investimentos de renda fixa em destaque.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a elevar a taxa de juros básica (Selic) na última quarta-feira, 22. O aumento de um ponto percentual deixou a taxa em 6,25%, tornando os investimentos atrelados a ela mais atraentes. A Selic começou o ano a 2%.

Leia mais: BC elevou Selic em 1 ponto nesta quarta, 22; Veja como isso afeta o crédito

Não é consenso entre os analistas de que esse momento de alta seja bom para migrar para investimentos atrelados à taxa básica. Para alguns deles, é necessário avaliar o objetivo do investimento e o prazo planejado para o retorno antes de qualquer coisa.

Luigi Wis, especialista da Genial Investimentos, acredita esse tipo de aplicação é bastante interessante para investidores mais conservadores e que querem retorno a curto prazo.

“Até junho deste ano, acreditamos que fazia mais sentido investir em renda fixa atrelada à inflação. Agora, com o aumento agressivo das taxas de juros, esse rendimento da Selic vai passar a ser maior do que o da inflação. É essa a expectativa do mercado”, avalia.

Inflação

No último Boletim Focus, o BC projetou a Selic em 8,25% ao final de 2021, quase o mesmo nível esperado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 8,35%. Para Wis, os cálculos sinalizam que a rentabilidade real dos investimentos atrelados à Selic vão superar a inflação em breve.

“A comparação que o mercado mais faz é qual é a expectativa de inflação para os próximos doze meses versus a expectativa para a Selic. Esperamos que a Selic opere em torno de 8%, enquanto a inflação deve chegar a quase 5% nos próximos 12 meses”, afirma Marília Fontes, sócia-fundadora e analista de renda fixa da Nord Research.

“É uma expectativa de juro real positivo e de rentabilidades acima da inflação, portanto faz sentido imaginar que a Selic vai passar a inflação e dar rentabilidade real”, completa.

Na visão da estrategista-chefe da Órama Investimentos, Sandra Blanco, a renda fixa precisa integrar todas as carteiras de investimento, especialmente devido ao seu baixo risco.

“Com o aumento da Selic, é a hora de investir em renda fixa, sim, especialmente na pós-fixada. Quando estamos em um ciclo de alta de juros, na teoria, é o que fazemos: vamos para a renda fixa atrelada à Selic porque ela vai seguir em alta”, diz.

Longo prazo

Para o economista Paulo Feldmann, professor da FEA-USP, o aumento na taxa básica também é uma boa notícia para quem planeja investir a longo prazo no Tesouro Selic.

“Apesar de a expectativa da inflação continuar alta para este ano, para o ano que vem já deve diminuir um pouco. Em 2023, ela deve voltar para o patamar normal do Brasil. Ou seja, a partir de 2023, a Selic vai estar realmente mais alta do que a inflação”, explica.

Mas Eduardo Mira, analista CNPI e especialista em renda variável da Me Poupe!, alerta que a Selic ainda não oferece proteção da inflação.

“Hoje a taxa de juros não consegue cobrir as perdas da inflação, mas isso deve acontecer a partir do ano que vem. Então quem investe em investimentos ligados à Selic pensando em se proteger da inflação, deve pensar que isso só deve acontecer a partir de 2022”, completa.

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