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O dono misterioso da Shein: Quem é ele?
A Shein, gigante varejista de moda, conquistou o mundo com suas tendências de baixo custo, mas seu verdadeiro líder permanece nas sombras. Aos 39 anos, Chris Xu, também conhecido como Xu Yangtian ou Sky Xu, é o enigmático fundador e CEO da empresa que se prepara para expandir suas operações têxteis para o Brasil.
Em contraste com outros bilionários chineses famosos, como Jack Ma do Alibaba e Pony Ma da Tencent, Xu opta por evitar entrevistas e eventos corporativos, mantendo-se discretamente fora dos holofotes.
A californiana Rui Ma, especialista no mercado chinês e criadora do podcast Tech Buzz China, afirma:
“Ele é bem misterioso. Um amigo que trabalhou nos preparativos para o IPO da Shein conta que mesmo a equipe envolvida na operação raramente o via.”
Foto: Reprodução
Com uma fortuna estimada em US$ 10,5 bilhões, ocupando a 25ª posição na lista dos mais ricos da China, segundo a Forbes, Xu é considerado um self made man, originário de uma família humilde e construindo seu império no comércio eletrônico.
Sua formação acadêmica é envolta em mistério, com relatos contraditórios sobre seus estudos na Universidade George Washington, nos EUA, ou na Universidade de Ciência e Tecnologia de Qingdao, na China.
Seja qual for sua origem acadêmica, sua especialização em SEO (Search Engine Optimization) foi fundamental para o sucesso de seus empreendimentos on-line.
Em 2008, Xu deu os primeiros passos em direção ao sucesso, cofundando a empresa de comércio eletrônico Nanjing Dianwei Information Technology, que vendia uma ampla variedade de produtos, desde bules de chá até celulares. Em 2011, fundou a SheInside, que inicialmente comercializava vestidos de noiva pela internet.
Foi em 2012 que a Shein começou a trilhar sua trajetória de sucesso global, expandindo-se para mais de 150 países e contando com aproximadamente 10 mil funcionários.
O diferencial da Shein reside em sua cadeia de suprimentos altamente eficiente. Um software proprietário possibilita que a empresa rastreie as vendas e se comunique em tempo real com fornecedores terceirizados, permitindo pedidos de pequenos lotes e a oferta de uma ampla variedade de estilos com agilidade e redução de desperdício.
Essa abordagem impulsionou a Shein a se tornar a preferida da geração Z, atraindo seguidores através de seu marketing voltado para celebridades e influenciadoras nas redes sociais, como TikTok e Instagram.
Recentemente, a empresa levantou cerca de US$ 2 bilhões em investimentos, atingindo uma avaliação de US$ 66 bilhões, apesar das turbulências financeiras enfrentadas pelo setor de startups. Com base nessa sólida estrutura financeira, a Shein planeja abrir o capital em Nova York até o final do ano.
No entanto, a ascensão meteórica da empresa não ocorre sem críticas. A Shein é acusada de plágio, produção de moda descartável e exploração de mão de obra barata.
Um documentário lançado pela emissora britânica Channel 4, intitulado “Inside the Shein Machine: Untold,” expôs condições precárias de trabalho em fornecedores terceirizados na província de Guangzhou, China, com jornadas extenuantes de até 18 horas e remuneração irrisória.
Em resposta à polêmica, a empresa anunciou investimentos de US$ 15 milhões para melhorar as condições de trabalho em suas cadeias de produção nos próximos quatro anos.
A Shein também despertou o interesse no mercado brasileiro ao anunciar investimentos de R$ 750 milhões para tornar o país um polo de produção têxtil e exportação para a América Latina. Parcerias com cerca de 2 mil fabricantes locais estão em andamento, visando produzir peças sob demanda.
A Coteminas, uma empresa brasileira, já firmou um memorando de entendimento com a gigante asiática, posicionando-se como fornecedora para a Shein.
Enquanto a Shein continua a se destacar no cenário do fast fashion global, a figura enigmática de Chris Xu permanece como um mistério a ser desvendado.
Sua abordagem discreta e foco obstinado em tecnologia e inovação têm impulsionado o sucesso da empresa, embora a marca enfrente desafios éticos e de responsabilidade social que precisarão ser abordados para sustentar seu lugar no coração dos consumidores e no mercado global de moda.
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