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Para XP, inflação de novembro indica descompressão de custos

Análise sobre IPCA-15 e IPCA.

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A XP Investimentos divulgou relatório nesta quarta-feira (21) onde trata acerca da elevação do custo de vida no Brasil. Para o banco de investimentos, a inflação de novembro indica descompressão de custos.

No documento, destaca que o referido mês foi marcado pela continuidade da dinâmica inflacionária positiva no INPC e IPCA, ambos índices ao consumidor, e deflação nos IGPs, principalmente quando se considera o IPA, índice de preços ao produtor.

“Nesse sentido, corrobora nosso cenário de desinflação global a partir da melhora nas cadeias de oferta globais e política monetária restritiva globalmente, apesar de uma pressão altista no Brasil na margem, decorrente do fim dos efeitos da redução de impostos em telecomunicações, combustíveis e energia elétrica, e a sazonalidade comum ao período de festas de fim de ano e descontos da Black Friday”, disse.

E acrescenta: “Esperamos que a inflação acumulada em 2022 e 2023 sejam 5,8% e 5,4%, respectivamente.”

Inflação de novembro: IPCA-15

Ainda de acordo com a XP, o IPCA-15 – índice cujo a coleta costuma ocorrer entre o dia 16 do mês anterior e 15 do de referência, tido como prévia para o IPCA fechado – teve variação abaixo da nossa expectativa (0,53% contra 0,58% da XP).

Analisando no detalhe, elencou, os preços administrados tiveram variação quase na mesma magnitude da deflação passada (-0,78% em outubro, 0,77% em novembro) – mas em sentido oposto – e os preços livres cresceram em mesmo ritmo do número anterior (0,45%, ante 0,47%).

Também disse que, em relação aos setores específicos, bens industriais reverteram a tendência de desaceleração e aceleraram 0,90%, após 0,20% no mês anterior, acima da expectativa de 0,81% e puxado por alta em etanol (6,16%, após -9,47%).

“Não esperamos, todavia, a continuidade da trajetória de alta, por conta de arrefecimento da demanda doméstica, normalização das cadeias globais de matérias-primas e provável estabilidade na cotação de petróleo no mercado internacional”, ressaltou.

Serviços, por sua vez, apresentaram alta bem menos intensa que a observada em outubro (0,09%, após 0,80%), por conta de queda intensa em passagem aérea (-9,48%, ante 28,17% em outubro). No índice de difusão, o valor marginalmente maior significa que variação positiva foi mais disseminada entre os itens acompanhados pelo índice, quando comparado ao número anterior.

IPCA

Em relação ao IPCA, que é o principal índice de preços do Brasil, métrica oficial de inflação adotada pelo Banco Central – este também apresentou variação abaixo das expectativas. O índice cresceu 0,41%, enquanto nossa projeção era de 0,50%.

Vale destacar a aceleração em Habitação (0,51%, ante 0,34% em outubro) puxada em grande parte por energia elétrica residencial (0,56%, ante 0,30%) apesar do vetor baixista de gás de botijão (deflação de 0,37%, ante -0,67). Em Transportes, encarecimento dos preços de Gasolina (2,99%, ante -1,56%) e Automóvel novo (0,50%, ante 0,06% no mês anterior) levaram o grupo a ter alta mais intesa do que outubro (0,83%, ante 0,58%). Importante salientar o recente anúncio de reajuste negativo nos preços de diesel, gasolina e GLP pela Petrobras, cujo efeito é pressionar a inflação negativamente a partir de dezembro.

Sentido contrário

No sentido contrário, avaliou o banco de investimentos, Artigos de residência tiveram deflação em novembro, muito por conta dos descontos de Black Friday, e em nível maior que projeção (-0,68%, ante projeção de -0,55%).

Esse número foi puxado por queda mais intensa em Tv, som e informática (-2,71%, ante projeção de -1,20%), e em Mobiliário (-0,43%, ante projeção de 0,34%), compensando o desconto menos intenso em Eletrodomésticos e equipamentos (-0,42%, ante projeção de 1,90%).

Em Vestuário, variação em linha com o número anterior (1,10%, ante 1,22% em outubro). Para Saúde e cuidados pessoais, ligeira estabilidade ocorreu por queda intensa em Produtos óticos (-1,36%, ante 0,61%), Produtos farmacêuticos (-0,16%, ante -0,02%) e Cuidados pessoais (-0,98%, ante 2,28% em outubro), decorrente das promoções de Black Friday.

Em Despesas pessoais, variação abaixo do esperado ocorreu principalmente pela estabilidade em Serviço bancário (ante projeção de 0,90%), alta menos intensa em Hospedagem (1,03%, ante projeção de 2,70%), e a despeito de alta em Cabeleleiro e barbeiro (1,01%, ante projeção de 0,50% e número anterior de 0,02%).

Por fim, em Alimentação e bebidas a desaceleração (0,53%, ante 0,72% em outubro) ocorreu por queda mais intensa em Leite e derivados (-3,27%, ante -2,43% anteriormente), e alta menor em em Frutas (2,91%, ante 3,56%). Em Comunicação, deflação menos intensa (-0,14%, ante -0,48% em outubro).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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