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Economia

Pausa no conflito europeu; aperto do Fed e alta de índice de confiança pautam Ibovespa de sexta

Fresta de diálogo alivia mercados; avanço de juros nos EUA preocupa e indicador registra pouca melhora

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foto divulgação

Bolsas ocidentais no positivo, asiáticas divididas e commodities em retração. Esse cenário distinto permeia a sessão dessa sexta (18), a última de uma semana conturbada pela crise ‘petro-kremliana’, fabricada pelo czar fora de época Putin, que quer dizer ao Ocidente qual é o seu limite no mundo, a quem deixa um recado: um teste nuclear nas próximas horas.

Mísseis balísticos – A chamada à conversa entre as duas superpotências militares, Estados Unidos e Rússia, é apenas um capítulo a mais nas tensões geopolíticas crescentes, que envolveria maior alcance de mísseis balísticos da Otan a Moscou, mas também o domínio econômico de uma região por onde é escoado grande parte do ouro negro do globo, como também é chamado o petróleo.

Secretário ianque apela – Por enquanto, persiste o briefing oficial, a proposta-apelo do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para uma reunião próxima semana com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, a fim de evitar a guerra.

Bode expiatório – No presente imbróglio da Europa Oriental, a Ucrânia entra como ‘bode expiatório’ para exibição de musculatura entre estados armados até os dentes, embora a invasão do país europeu já seja dada como certa pela Casa Branca.

Fora de esquadro – E ainda sobrou para o Brasil, com direito à reprimenda mundial do presidente ianque Joe Biden, dirigida ao mandatário brasileiro, por este ir à capital russa para se solidarizar com a invasão já sinalizada pelo líder forjado na KGB – polícia secreta soviética – contra outra nação soberana. Nesse caso, o pretexto para a chantagem de Moscou seria a não admissão ucraniana pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Solidariedade a que? Diz a nota da Casa Branca: “O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior. Isso mina a diplomacia internacional destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário, bem como os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica para a crise”.

Futuros dos EUA positivos – Ainda sob reflexo do ambiente ‘temporário’ de negociações entre os conflituosos países citados, os índices ianques apresentavam viés positivo nessa sexta (18) a exemplo do Dow Jones, +0,52%; S&P 500, +0,57%; Nasdaq, +0,62%. Na véspera, em meio à escalada da crise o Dow Jones chegou a recuar mais de 600 pontos, a maior queda desde novembro último.

Suprimentos ameaçados – No terreno da economia real, a escalada petro-militar russo-ianque deverá ‘perturbar’ os mercados, sobretudo, pelo impacto potencial em uma cadeia de suprimento global frágil, e mais ainda ante à alta iminente das taxas de juros pelo Fed, assinala o chefe de gerenciamento de portfólio da Commonwealth, Peter Essele, em entrevista à CNBC, ao lançar um alerta sombrio sobre a questão de conflito, semelhante a “uma tempestade perfeita no horizonte, se as cabeças mais calmas não prevalecerem”.

Proposta explosiva – Com o litígio geopolítico ganhando primeiro plano, o debate em torno do tamanho do tranco monetário pelo Federal Reserve (Fed) – o bc estadunidense – que se tornou menos recorrente na mídia, o que não impediu a ‘pregação’ insistente do presidente do Fed de St. Louis (EUA), James Bullard, e sua explosiva proposta de que a autoridade monetária ianque deveria aplicar um aumento de até 100 pontos-base sobre a taxa-base atual (de até 0,25%), tudo para combater a inflação crescente de Tio Sam, a maior em 40 anos.

Economia, em primeiro lugar – Por enquanto, persiste a dúvida quanto à calibragem dessa alta pelo Fed, a ponto de não comprometer a economia dos EUA, a maior do planeta, e, certamente, a de seu principal motor, juntamente com seu par oriental, a China, o Império do centro.

Ásia mista – Pressionadas pelo conflito europeu, as bolsas asiáticas, uma vez mais, apresentaram desempenhos mistos, como o chinês Shanghai SE, que subiu 0,66%; como cresceu 0,22% o sul-coreano Kospi, em contraste com os recuos do nipônico Nikkei e o Hang Seng Index, de Hong Kong, respectivamente, de 0,41% e de 1,88%.

Pequim ‘flexível’ – Outro fator favorável aos mercados locais seria a postura ‘divergente’ do Banco Central da China (PBoC), no sentido de imprimir medidas de flexibilização monetária, ao contrário dos demais bc’s mundiais, que estão na direção justamente contrária – contracionista.

Fundos atraentes – Também contribui para o clima positivo asiático a atratividade dos fundos de ações chinesas, que captaram, em janeiro último, um montante de US$ 16,6 bilhões em recursos estrangeiros, o que levou a ‘pesos-pesados’ corporativos, como os bancos de investimentos Credit Suisse, UBS, BlackRock e Goldman Sachs a dobrarem a aposta no gigante asiático, ao passo que Morgan Stanley e o Bank of America se mantém na posição de cautela com relação às perspectivas do país oriental.

Aversão ao risco – “Sem qualquer resolução clara no curto prazo, a incerteza de uma possível invasão é suficiente para manter o mercado avesso aos ativos de risco, ao mesmo tempo em que migram para ‘portos seguros’”, afirmou Yeap Jun Rong, do IG.

Europa otimista – Igualmente impactadas pela beligerância no velho continente, as bolsas europeias exibem vigor positivo na sessão de hoje (18), em que o britânico avançou 0,22%, o DAX alemão cresceu 0,23%, o francês CAC 40 subiu 0,62%, ao passo que o italiano FTSE MIB teve alta de 0,29%. Apesar das altas iniciais, o índice continental Stoxx 600 perdia 0,80% a 460,84 pontos.

Juros locais recuam – Por aqui, os juros futuros também mostravam queda, no final da manhã de hoje (18), quando a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 baixava de 12,41% para 12,34%, após mínima a 12,335%; a taxa do DI janeiro de 2024 caía de 12,02% para 11,93%; DI janeiro de 2025 baixou de 11,46% para 11,37%; e a do DI janeiro de 2027 passou de 11,33% para 11,27%.

Petróleo recua – No campo das commodities, o petróleo volta a cair forte, na margem de 2%, como reflexo da treta na Europa Oriental, assim como a virtual oferta extra do produto pelo Irã. No início da sessão, o contrato futuro para março do tipo WTI recuava 2,28%, a US$ 89,67, na Nymex; o contrato futuro para abril do tipo Brent perdia 2,15%, a US$ 90,97, na ICE, em Londres.

Minério tem perdas – Mais estáveis, os preços do minério de ferro apresentavam tendência de estabilidade, acumulando uma perda semanal de 12%. No porto de Qingdao, a tonelada de minério com teor de 62% de ferro subiu 0,6%, a US$ 130,94, divulgou a publicação especializada Fastmarkets MB.

ICC sobe 0,6 ponto – Entre os destaques tupiniquins do dia, além do vencimento de opções na B3 (B3SA3), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE apontou alta de 0,6 ponto em dezembro, para 75,5 pontos. Se consideradas as médias trimestrais, o ICC cresceu apenas 0,1 ponto, para 75,6 pontos, depois de três quedas seguidas.

Ano difícil – Para a coordenadora de sondagens da Fundação, Viviane Seda Bittencourt, “foi um ano difícil (2021) para os consumidores, principalmente para os de menor poder aquisitivo, uma vez que o descolamento entre a confiança dos consumidores de baixa renda dos de alta renda atingiu o maior nível da série dos últimos 17 anos, principalmente em função da dificuldade financeira dos consumidores de menor nível de renda diante do quadro de desemprego, inflação elevada e aumento do endividamento”.

Ano desafiador – Viviane acrescenta que “2022 será um ano desafiador tanto para a melhora da confiança geral quanto para a diminuição da desigualdade na percepção dos desafios econômicos por famílias com diferentes níveis de renda”.

Covid mata 841 – No diário da Covid, o vírus chinês matou 841 brasileiros, o que corresponde a uma alta de 15% da média móvel em sete dias, em comparação com patamar anterior, de 14 dias, divulgou o consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, +0,52%.

S&P 500, +0,57%.

Nasdaq, +0,62%.

Ásia

Shanghai SE (China), +0,66%.

Nikkei (Japão), -0,41%.

Hang Seng Index (Hong Kong), -1,88%.

Kospi (Coreia do Sul), +0,02%.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,22%.

DAX (Alemanha), +0,23%.

CAC 40 (França), +0,62%.

FTSE MIB (Itália), +0,29%.

Commodities

Petróleo WTI, -1,08%, a US$ 90,77 o barril.

Petróleo Brent, -0,93%, a US$ 92,11 o barril.

Minério de ferro, -1,37%, a 685 iuanes ou US$ 108,26 (Bolsa de Dalian – China).

Criptomoedas

Bitcoin, +0,20% a US$ 40,617.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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