Pesquisa mostra que endividamento pode causar insônia e outros sintomas

Falta de dinheiro e dívidas são grandes problemas na vida de quem os têm, pesquisas apontam que isso pode causar estragos emocionais e abalos nas relações. Entre os problemas mais comuns derivados de uma vida financeira problemática, estão: a insônia e o atrito entre os casais.

De acordo com a pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, feita pelo Instituto Opinion Box a pedido do Serasa, 83% das pessoas endividadas sofre de insônia no Brasil. Este é um percentual muito alto e representa oito a cada dez pessoas com problemas financeiros.

Outro dado alarmante que a pesquisa mostrou foi que 62% dos entrevistados responderam que os problemas financeiros geraram impacto no relacionamento conjugal, ou seja, mais da metade dos participantes.

O número de pessoas que tiveram surtos ou problemas emocionais relacionados ao endividamento também foi alto, 78% dos entrevistados. A dificuldade de concentração também está relacionada às dívidas, sendo que 74% das pessoas responderam ter esse sintoma.

Além disso, 61% dos participantes afirmaram ter tido crises de ansiedade devido às dívidas, 53% disseram ter medo do futuro e tristeza e 51% afirmaram sentir vergonha dessa situação.

A pesquisa contou com 5.225 participantes e a análise dos dados ficou por conta de Valéria Meirelles, que é psicóloga especialista em abordagem comportamental gerada pelo endividamento.

De acordo com ela, o primeiro sistema a sentir os problemas financeiros é o biológico, o que pode afetar diversas partes do organismo.

“A ansiedade vai invadindo a rotina de quem busca incansavelmente uma solução, o endividado passa a viver com pensamentos voltados para o futuro, não consegue mais relaxar e, consequentemente, não se concentra nas suas tarefas habituais nem consegue mais dormir com normalidade”, explica ela.

A diminuição da confiança com os assuntos financeiros também é apontada na pesquisa por 33% dos participantes, além dos problemas familiares, apontados por 31% dos participantes.

Porém, a pesquisa mostra também que a maioria das pessoas está tentando se organizar financeiramente para sair dessa situação: 88% dos entrevistados disseram que estão controlando os gastos, e 70% se mostram confiantes de sair do endividamento.

“É visível que há uma tentativa saudável de monitorar e controlar os gastos, uma conscientização que certamente pode ser atribuída à quantidade e à variedade de informações sobre o tema da educação financeira que, felizmente, chega hoje em dia por várias mídias”, disse Valéria.