Síndrome de depressão natalina: entenda o que é e por que acontece

As festas de fim de ano por vezes são comemoradas com muita alegria. Mas infelizmente, não é assim para todos. Há casos em que esses momentos trazem reflexões sobre perdas e perspectivas não alcançadas durante o ano que se passou, e ao longo da vida como um todo.

Há 40 anos, a Universidade de Virgínia publicava um estudo acerca dos transtornos mentais que se afloram nessa época específica do ano, e justamente por isso, o transtorno foi chamado de “Síndrome de depressão natalina”.

Nessa fase, as festas levam um peso relacionado à felicidade, visto que praticamente a sociedade impõe que as pessoas estejam felizes nesse período. Os atritos familiares do passado podem vir à tona também nessa época, visto que geralmente há uma reunião familiar para a celebração do Natal.

O Dr. Ariel Lipman é terapeuta da SIG Residência Terapêutica e fez algumas observações sobre a síndrome de depressão natalina.

Segundo o especialista, o momento de tristeza durante esses reencontros familiares pode ser por causa de uma relação mal estabelecida com um parente ou a ausência de um ente querido que faleceu. Portanto, um sentimento de luto eventualmente pode ser visitado.

A tristeza pela morte de um ente querido é ainda maior se for a primeira festa de fim de ano sem a presença dele. Afinal, como geralmente há lembranças do ano inteiro vindo à tona, o momento da perda também virá.

Já nos casos das relações familiares que não são saudáveis, um sentimento de solidão pode ser despertado. Mesmo as pessoas que vivem sós podem ter esse sentimento.

Contudo, o psiquiatra afirma que sentir-se só nesse período do ano é comum tanto para pessoas que vivem rodeadas de companhias, quanto entre aquelas mais acostumadas a ficarem sozinhas. As famílias bem estruturadas não estão isentas de passar por esse momento.

É certo afirmar que essa imposição de felicidade nas comemorações de encerramento do ano é um erro da sociedade. Essa obrigação pode causar ansiedade e, por vezes, a pessoa pode sentir-se culpada por não estar seguindo o padrão feliz que lhe foi demandado. É necessário respeitar os próprios sentimentos e ter liberdade para sentir o que, de fato, você está sentindo.