Projeções da OCDE indicam melhora na perspectiva para economia mundial e para o Brasil em 2020

Há indícios de que economia global vem se recuperando da crise provocada pelo coronavírus mais rápido que o esperado há apenas alguns meses devido à melhora nas perspectivas para a China e os Estados Unidos, conforme projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgadas nesta quarta-feira, 16. De acordo com a OCDE, também há uma perspectiva de melhora para a economia do Brasil em 2020.

A organização afirmou que a economia mundial deve contrair 4,5% este ano. A estimativa, sem precedentes na história recente, representa uma melhora ante a queda de 6% projetada em junho.

Contanto que os países continuem com as medidas para evitar a disseminação descontrolada do coronavírus, a estimativa é que a economia global volte a crescer já no próximo ano com uma expansão de 5%, ante previsão em junho de alta de 5,2%, segundo a OCDE.

Caso contrário, ou seja, uma possível retomada mais forte do vírus ou medidas mais rigorosas para contê-lo, pode resultar em uma queda de 2 a 3 pontos percentuais da projeção para 2021, alertou a organização.

As estimativas foram feitas considerando que surtos locais continuarão e haverá ações locais em vez de paralisações nacionais. Elas também assumem que não há a possibilidade de uma vacina estar amplamente disponível até o final do próximo ano.

Para a OCDE, as medidas de governos e bancos centrais para sustentar as rendas de famílias e empresas ajudaram a evitar contrações piores e, portanto, devem ser mantidas.

Entretanto, a melhora na perspectiva para este ano mascara grandes diferenças entre as principais economias, com os Estados Unidos, China e Europa devendo ter desempenho melhor do que o esperado enquanto Índia, México e África do Sul podem se sair pior enquanto lutam para conter o vírus.

A China, primeiro país a experimentar o surto, agiu rapidamente para controlar a disseminação, e por isso deve ser o único integrante do G20 de potências econômicas a registrar crescimento este ano, com alta de 1,8%, contra projeção em junho de contração de 2,6%.

Por sua vez, os EUA, maior economia do mundo, também deve ter desempenho melhor este ano com contração de 3,8%, contra queda de 7,3% projetada anteriormente.

Já para o Brasil, a OCDE projetou contração de 6,5% em 2020, 0,9 ponto percentual a mais do que na estimativa de junho, indicando que o país crescerá 3,6% em 2021, o que representa uma piora de 0,6 ponto.