Economia
Quatro funcionários da Disney são presos por tráfico humano
Uma operação feita pelas autoridades em Orlando prendeu uma série de pessoas envolvidas com tráfico humano no país. Entenda o que aconteceu.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define o tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
De acordo com a ONU, o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo, sendo que 85% desse valor provém da exploração sexual. Em vista disso, autoridades anunciaram na última quarta-feira (16) que quatro funcionários da Disney em Orlando estão entre mais de cem detidos em uma operação contra o tráfico de pessoas no estado da Flórida.
Operação Tristeza de Março 2
Em uma entrevista, o xerife do condado de Polk, Grady Judd, relatou a detenção de 108 pessoas como parte da Operação Tristeza de Março 2, uma ação secreta de seis dias na Flórida que se concentrou em tráfico humano, prostituição e abuso de menores.
A idade dos detidos transita entre os 17 e 67 anos, conforme relatam os responsáveis pela investigação. Um dos empregados da Disney detidos é um homem de 27 anos que trabalhava como salva-vidas no Disney ‘s Polynesian Village Resort. O xerife relata que esse homem chegou a enviar imagens sexuais de si mesmo e mensagens sexuais a um detetive que se disfarçava de uma menina de 14 nas redes sociais.
Outro preso é um homem de 24 anos que trabalhava no restaurante Cosmic, também funcionário das Disney. Os outros dois homens são especialistas em tecnologia da informação, um com 45 anos e outro com 27 anos, programador de software.
Durante a operação, os detetives identificaram as prostitutas que colocaram anúncios online, assim como os clientes que as procuraram. O xerife ainda relata que a intenção era ““identificar e libertar as vítimas que estavam sendo forçadas à prostituição (tráfico humano) ou qualquer pessoa envolvida no tráfico”.
Para efetuar as prisões, os detetives disfarçados contataram os suspeitos pela internet e marcaram uma reunião em um local no qual foram detidos. A polícia relatou, também, que um dos presos é um homem de 66 anos que informou aos investigadores ser um juiz aposentado de Chicago, enquanto outro, de 42, disse ser casado e ter oito filhos.
A “indústria da prostituição online favorece os traficantes e vitimiza aqueles que são traficados. O nosso objetivo é identificar vítimas, oferecer ajuda e encontrar e prender aqueles que lucram com a exploração de seres humanos. Onde há prostituição, há exploração, doença, disfunção e famílias desfeitas”, ressaltou o xerife.
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