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Economia

Risco de calotes, crise energética e ICMS no radar do Ibovespa

Após crise chinesa com a Evergrande, risco agora é de ‘apagão’ do governo Biden, por inadimplência

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Crédito: Suno

Diante de índices futuros americanos em queda, tendência seguida pelas bolsas asiáticas e europeias – o mercado internacional dessa quarta-feira (6) apresenta viés de forte queda, em meio à uma temporada pródiga em aversão ao risco de calotes. O primeiro deles, ainda em tom de ameaça, da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande, e agora, do próprio governo ianque, cuja máquina pública poderá emperrar caso não obtenha do Capitólio um teto maior para os gastos, já excessivos, do Executivo estadunidense.

Queda asiática – Como reflexo, as bolsas asiáticas apresentaram quedas nessa quarta (6), com o Nikkei japonês caindo 1,05%; o Kospi sul-coreano perdendo 1,82% e o Hang Seng de Hong Kong recuando 0,6%.

Europa negativa – Na Europa, o Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas de setores de 17 países europeus – apresenta variação negativa de 1,5%, influenciado pelo desempenho adverso dos papéis do setor de viagens e lazer.

‘Sobe e desce’ ianque – O descenso das bolsas ianques sucede uma terça muito positiva, em que nove dos 11 setores que integram o Standard & Poors (S&P) avançaram, como o Dow Jones (+0,92%); o S&P (+1,05%) e o Nasdaq (+1,25%), o que não deixa de ser uma ‘façanha’, pois a maré altista ocorreu apenas algumas horas depois do ‘apagão’ mundial das redes sociais.

Repique inflacionário – Também azeda os negócios internacionais o avanço de 1,56% no rendimento dos títulos norte-americanos – recorde nos últimos três meses e meio – o que alimenta o receio de novo repique inflacionário. Ao mesmo tempo, a valorização dos títulos ianques incentiva a retirada de investimentos em ações de tecnologia com alto potencial de crescimento.

Crise global – De igual forma, permanece a tensão mundial pela crise energética, em que a oferta atual não é suficiente para atender a demanda aquecida da economia mundial pós-pandemia. Daí a necessidade de os governos adotarem, com relativa celeridade, planos de transição energética voltado a energias renováveis, como a solar, eólica e o gás natural.

Sem dever de casa – O alerta global pega o país já completamente exposto à uma grave crise hídrica, cujos efeitos ainda não foram devidamente precificados, mas que poderiam ter sido atenuados, há mais de um ano, quando o governo já tinha conhecimento do problema, e medida alguma tomou. Na Europa, a situação é mais dramática, onde a demanda por gás natural turbinou em 400% o preço da commodity.

Petróleo dispara – Na agenda internacional, o investidor acompanha a divulgação, nos EUA, do número de empregos criados no setor privado em setembro, pela ADP, que serve de indicador do ritmo de retomada econômica norte-americana. Ao mesmo tempo, também preocupa a disparada de preço do petróleo, em meio à política do governo Joe Biden, de entregar ‘à própria sorte’ a extração de óleo de xisto, estratégica para sua economia, alimentando o temor do contínuo crescimento da chamada ‘inflação de energia’, informou a Infinity Asset.

Fluxo cambial – Já na agenda econômica nacional, destaque para os dados de vendas de varejo de agosto, pelo IBGE – com previsão de alta de 0,7%, em relação a julho, e de 2%, se comparado a igual mês de 2020 (Refinitiv), além da divulgação da inflação de setembro, medida pelo índice Geral de Preços – Demanda Interna (IGP-DI), com previsão de queda de 0,55%, e dos números relativos ao fluxo cambial estrangeiro.

Unificação de tributos – No que toca à agenda econômica no Congresso, o relator da reforma tributária, deputado Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou a PEC 110, que propõe ampla reforma de impostos incidentes sobre o consumo, mediante a unificação de tributos federais, estaduais e municipais. Segundo ele, a proposta preserva a autonomia dos estados para definir sua própria alíquota.

IVA já – A ideia – que já contaria com o apoio de governadores e prefeitos – prevê a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) dual, o que implica a unificação de impostos federais (PIS e Cofins), além de unificar o ICMS (estadual) e ISS (municipal), assim contemplando todos os impostos sobre o consumo existentes hoje.

Imposto Seletivo – Outra modificação apresentada pelo relator consiste na substituição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo chamado Imposto Seletivo, que incidiria somente sobre produtos já pesadamente tributados, como bebidas e cigarros.

Hora da conta – Dividindo a ‘conta’ com seu colega da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) enfatizou que a responsabilidade pela identificação da fonte de financiamento para o programa social Auxílio Brasil, passa, também, pela aprovação da reforma do Imposto de Renda (IR), em curso no Legislativo, “de modo a abrir espaço fiscal para o programa”.

Alíquota fixa – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, defendeu mudanças na forma de tributação do ICMS sobre o consumo, de modo a reduzir o impacto do aumento dos combustíveis sobre o consumidor final, por meio de uma alíquota fixa baseada na média dos últimos dois anos.

Guedes pede – Saindo em sua defesa, o ministro da Economia, Paulo Guedes protocolou ontem (5) petições, direcionadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de esclarecer que os investimentos offshore do investigado não caracterizam ‘conflito de interesse’, nem representando atividades ilícitas ou que ferem o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Principais indicadores  

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), -1,09%
*S&P 500 Futuro (EUA), -1,3%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1,53%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -1,58%
*Dax (Alemanha), -2,38%
*CAC 40 (França), -2,28%
*FTSE MIB (Itália), -2,24%

Ásia

*Nikkei (Japão), -1,05% (fechado)
*Shanghai SE (China), (não abriu)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,57% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -1,82%

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -0,51%, a US$ 78,53 o barril
*Petróleo Brent, -0,4%, a US$ 82,26 o barril
*Bitcoin, +1,24%, a US$ 50.550,62
*Sobre o minério de ferro: **A bolsa de Dalian permaneceu fechada por conta de um feriado.
USD/CNY = 6,45

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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