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Economia

Santander traça impacto da regulamentação do jogo online no Brasil; veja

Medida gera riscos e oportunidades.

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O Santander Brasil (SANB11), um banco que integra um grupo com presença global, traçou o impacto da regulamentação do jogo online no Brasil. Em relatório encaminhado aos clientes, na última semana, afirma que, em 2024, as previsões indicam que os apostadores brasileiros devem gastar entre R$ 71,3 bilhões e R$ 239,4 bilhões em sites de apostas online, o que pode resultar em um impacto negativo no PIB de 0,6% a 2,1%, caso essas estimativas se confirmem. “Ao considerar os prêmios pagos aos vencedores, o impacto líquido pode variar de R$ 25,7 bilhões a R$ 35,9 bilhões, representando uma diminuição no PIB de 0,2% a 0,3%”, aponta.

Com a regulamentação do jogo online prestes a entrar em vigor em 2025, estima-se que o Brasil poderá arrecadar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,4 bilhões em 2024 e de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões em 2025. Essa arrecadação ajudaria a mitigar parte dos efeitos negativos no mercado interno. De acordo com dados da Statista, entre 2018 e 2023, a receita do jogo online no Brasil saltou de US$ 0,1 bilhão para US$ 1,6 bilhão, com um crescimento médio de aproximadamente 74% ao ano, em comparação com a média global de cerca de 19%. No entanto, o Brasil ainda representa menos de 2% do mercado global.

“A legalização do jogo online parece ter gerado consequências adversas para a saúde financeira e mental dos consumidores, especialmente entre os de baixa renda. Apesar de dados do Banco Central do Brasil (BCB) mostrarem um ambiente relativamente saudável em relação às taxas de inadimplência, um estudo da CNC indicou que, no primeiro semestre de 2024, cerca de 1,3 milhão de pessoas entraram em default devido ao jogo online. Pesquisas mostram que os apostadores estão adiando compras de itens essenciais como roupas, alimentação, produtos de beleza e medicamentos, priorizando suas apostas”, destaca.

Jogo online no Brasil

A regulamentação do jogo, que foi legalizado em 2018, só terá efeito a partir de 1º de janeiro de 2025, após a aprovação da Lei 14.790 em dezembro de 2023. Essa lacuna de sete anos entre a legalização e a regulamentação resultou em um crescimento descontrolado. Segundo dados da Statista, a receita do jogo online no Brasil aumentou significativamente, embora a receita per capita de US$ 7,30 em 2023 ainda esteja abaixo da média global de US$ 10,60. Entre 2024 e 2029, a previsão é de que a receita do jogo online cresça 16,9% ao ano, em comparação com uma média global de 7,8%.

“Com a regulamentação, a tributação do jogo online incluirá uma taxa de licenciamento de R$ 30 milhões por empresa, 12% sobre a receita de apostas e 15% sobre os ganhos acima de R$ 2.112 para os jogadores. As estimativas indicam que a atividade de jogo poderá contribuir com R$ 3 bilhões a R$ 3,4 bilhões para os cofres do governo em 2024 e entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões em 2025”, ressalta.

Essas mudanças têm implicações importantes para diversos setores da economia, incluindo varejo, bens de consumo, instituições financeiras, educação, saúde e shoppings. O setor de varejo, por exemplo, deve ser afetado principalmente em serviços e produtos de consumo discricionário, especialmente entre as faixas de renda mais baixa. Embora o segmento de produtos básicos tenha um impacto mais limitado, as empresas que atendem a essas classes sociais podem ver suas vendas comprometidas.

“Diante desse cenário, o panorama econômico do jogo online no Brasil apresenta tanto desafios quanto oportunidades, sendo essencial acompanhar de perto as regulamentações e suas repercussões sobre a sociedade e a economia”, diz.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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