Vibra Energia (ex-BR) desmobiliza ativos de R$ 1 bi

Ao anunciar, recentemente, a intenção de se desfazer de 20 a 25 ativos (sobretudo, logísticos) – de um total de 95 – a Vibra Energia (ex-BR Distribuidora – BRDT3) pretende levantar R$ 1 bilhão com a transação. É o que prevê o presidente da empresa, Wilson Ferreira, ao adiantar que a companhia tenciona, além de compartilhar ativos, desmobilizar aqueles que “não estão nos planos da distribuidora”.

Negociações avançadas – No contexto dos bons resultados colhidos no segundo trimestre do ano (2T21) pela empresa, Ferreira dá destaque às “negociações avançadas relativas a três ativos, com potencial de geração de R$ 130 milhões, até o fim deste ano. Ao mesmo tempo, o dirigente adianta que a Vibra Energia pretende continuar a investir em infraestrutura logística. “Queremos ampliar nossa vantagem competitiva”, acrescentou o presidente, ao admitir que “há locais com operações desotimizadas, mas evidentemente vamos continuar nos posicionando e nos diferenciarmos por nossa logística”.

Identidade visual – Ainda sobre a alteração do nome – a título de mudança no perfil de consumo, com pegada ambiental, conforme anunciado nessa semana – Ferreira Jr. assegurou que será mantida a identidade visual do símbolo BR em sua rede, que abrange 8,3 mil postos de combustíveis em todo o país.

Marcas ficam – Essa preocupação se materializa no compromisso do novo gestor de manter, ainda, outras marcas de produtos e serviços originais, o que motivou comunicado ao mercado com essa finalidade, na última quinta (19). Outra decisão da Vibra, assegura seu presidente, é de que será mantido o uso dos nomes Petrobras BR e BR Aviation nos postos e no atendimento aos aeroportos.

‘Nova vibe’ – A nova ‘vibe’ do consumidor, mais relacionado à sua comunidade e à diversidade, motivou a decisão de mudança da marca, segundo o presidente da companhia, para quem sua empresa deve ser reconhecida por boas práticas ambiental, social e de governança (ESG, em inglês).  “Grandes empresas vão além dos resultados financeiros, é preciso haver um reconhecimento pela sua contribuição ao desenvolvimento do mundo”, argumentou.

Fora do capital – A nova denominação de mercado sucede a decisão da Petrobras de sair do capital social da então BR Distribuidora, por meio de uma oferta de ações equivalente à fatia remanescente de 37,5% que a estatal tinha na distribuidora, em operação que levantou, no mês passado, R$ 11,358 bilhões.

Transição energética – O próximo passo da ex-BR, conta o dirigente, é o anúncio do novo planejamento estratégico da empresa, “em momento de transição energética para uma economia de baixo carbono”, em que “a empresa tem que estar bem posicionada, no curto prazo, no mercado de energia elétrica”.

Depois dos fósseis – Ainda sobre o tema transição energética, Ferreira Júnior destaca que a atenção redobrada da companhia quanto à evolução dos sucessores dos combustíveis  fósseis – energia elétrica, hidrogênio, diesel verde, biocombustíveis. “E analisar quando esses combustíveis devem aparecer e, à luz desse cenário, como a gente se posiciona”, concluiu.

Gás natural pioneiro – Segundo Ferreira Júnior, num primeiro momento, a Vibra “buscará se posicionar nos segmentos da primeira transição, ou seja, na substituição dos combustíveis mais poluentes, como diesel e óleo combustível, por gás natural, por exemplo”.

Na ponta – Reforçando essa posição, recentemente, a companhia manifestou intenção de sair do segmento de distribuição de gás, por meio da venda de sua única participação no setor – a concessionária capixaba ESGás – em 2022 – concentrando sua participação na comercialização de gás e na distribuição de gás natural liquefeito (GNL).