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Tecnologia

Você comeria um filé de peixe feito em impressora 3D? Entenda o caso!

Laboratório de Israel imprimiu filés a partir de células animais. Quando frito e temperado, segundo a empresa, é difícil de notar a diferença

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Pode ser que a tecnologia tenha ido longe demais nesse caso, mas é preciso compreender bem o que aconteceu, antes de qualquer julgamento. Uma empresa de tecnologia de Israel, voltada para alimentos, conseguiu fazer filés de peixe numa impressora 3D.

Ao ler esse tipo de informação, a primeira pergunta que surge é: Como assim? A Steakeholder Foods divulgou a notícia, recentemente, e informou que chegou a esse resultado utilizando células animais cultivadas em laboratório.

A carne do peixe, segundo a companhia, já sai da impressora pronta para ser cozinhada. Resta saber, somente, se as pessoas se sujeitariam a consumi-la.

Essa possível solução alimentar chama a atenção do mercado. Até então, empresas de laboratório tinham investido somente na produção de carne bovina e de frango. Poucas se interessaram por peixes e frutos-do-mar.

Filé impresso

A Stakeholder de Israel, no entanto, saiu na frente e já até fechou uma parceria com a Umami Meats, de Cingapura. Os tais filés impressos deverão ser comercializados em breve.

Um dos benefícios imediatos, com certeza, seria a redução da pesca e da atividade predatória de espécies ameaçadas, e cuja população está cada vez menor no mundo.

A Umami Meats se responsabilizará pela extração das células animais e as transformará em músculos e gordura. A princípio, o material será extraído de garoupas (peixe marinho).

Em seguida, a Stakeholder Foods adicionará o que foi recolhido a uma “bio-tinta” especial, própria para impressoras 3D. Ao fim do processo, chega-se ao filezinho impresso, que imita as propriedades de um peixe pescado no mar.

A expectativa da Umami é disponibilizar os primeiros produtos para venda já no próximo ano. A comercialização deve iniciar por Cingapura e, em seguida, dependendo da regulação, nos Estados Unidos e Japão.

Processo caro

Hoje, o cultivo de células de peixe em laboratório ainda é considerado um procedimento caro, o que dificulta igualá-lo ao custo de um fruto do mar ou peixe tradicional.

Os representantes das empresas envolvidas apostam que, no futuro, além do aumento da complexidade e do nível dos produtos desenvolvidos, os preços tenderão a reduzir e ser mais atrativos para o consumidor.

Os filés de peixe obtidos pela Stakeholder Foods foram impressos numa cor branca, do tamanho de um dedo cada e com sinais de descamação do peixe normal. Quando frito e temperado, segundo a empresa, é difícil de notar a diferença.

Desenvolvimento

Apesar de mais simples do que o processo de impressão 3D da carne bovina, já desenvolvido anteriormente, o caso do filé de peixe ainda apresenta algumas desvantagens.

Até então, sabe-se muito pouco sobre células-tronco de peixes, em relação ao que já foi descoberto sobre as vacas. Se a indústria decidir investir nesse procedimento, será necessário um estudo mais aprofundado.

Além disso, a quantidade de cientistas que trabalham hoje em biologia de células-tronco de peixes representa uma parcela mínima de todo o conjunto de especialistas na área.

O processo desenvolvido, até o momento, refere-se apenas a duas espécies: garoupa e enguia. A previsão é que outras três ameaçadas de extinção sejam incluídas no programa, nos próximos meses.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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