Economia
Você sabe como é usado o 13º salário pelo país? Descubra as diferenças
Benefício apresenta impactos econômicos diversos segundo a localidade
O 13º salário é uma bonificação essencial para garantir um final de ano mais tranquilo para o trabalhador brasileiro. Essa gratificação é concedida a todos os que atuam no regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) em todo o território nacional.
Assim, com 2023 já chegando ao fim, alguns estados começaram a adiantar esses repasses. É o caso do Rio Grande do Sul, que recentemente anunciou a antecipação deste dinheiro para todos os servidores públicos estaduais.
Lembre-se de que esse adicional equivale a um salário mínimo mensal e a quantia é de suma importância para que as famílias consigam arcar com os gastos deste período de festas, como o Natal e o Ano Novo. Entretanto, a maneira como os pagamentos ocorrem pode variar de uma região para outra, e tais diferenças possuem diversos impactos.
Como esse dinheiro afeta as economias regionais?
Nosso país é extremamente vasto e, consequentemente, os vários territórios que fazem parte da União possuem características extremamente diversificadas, com estruturas e níveis de desenvolvimento diferentes entre si. Isso acaba afetando a disponibilidade e o pagamento do 13º salário.
“No Brasil, existem regiões que possuem maior mão de obra formal, enquanto outras possuem mais mão de obra informal. A parcela da população que é atendida pela política de 13º salário é a parcela da população com carteira assinada, nos moldes da CLT. Então, a distribuição e as desigualdades regionais vão fazer com que você tenha diferentes níveis de formalidade no País”, explica a CEO da NoFront e economista especializada em trabalho e gênero, Gabriela Chaves.
Portanto, em localidades economicamente mais desenvolvidas, as pessoas podem investir suas cifras em itens duráveis, como automóveis e eletrônicos, estimulando o varejo. Contudo, nas áreas menos favorecidas, esse dinheiro é vital para despesas básicas, como habitação e alimentação.
De acordo com a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o índice de endividamento familiar brasileiro está próximo de 80%. Ou seja, a cada 10 famílias, 8 possuem pendências financeiras.
“Com mais dinheiro na economia, parte desse valor vai para o consumo e quando as pessoas consomem mais, as empresas vendem mais, a indústria produz mais, então tem um efeito multiplicador positivo para promover o crescimento econômico e parte das pessoas podem usar para pagar dívidas anteriores. É positivo, pois reduz o risco de inadimplência, o que é muito bom também para economia e parte das pessoas podem poupar esse valor”, destaca o economista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernando Adra.
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