Economia
Efeito Lula? EUA investirá R$ 160 milhões para explorar mina brasileira
Anúncio aproveita otimismo internacional com nova diplomacia do Brasil. Ideia é responder à megaprojeto de infraestrutura da China
Por ser um país com reservas naturais abundantes, o Brasil é desde sempre alvo da comunidade internacional. Os principais focos de atenção são a pesquisa e a exploração. Nos últimos anos, porém, a diplomacia de trato complicado e as polêmicas com líderes estrangeiros afastaram o interesse de diversas nações. A maior prova disso foi o impasse envolvendo o acordo de livre comércio assinado entre o bloco Mercosul e a União Europeia, em razão do desmatamento na Amazônia. Contudo, a eleição de Lula parece ter atenuado os ânimos. E os EUA já dão os primeiros sinais de que pretendem estabelecer uma nova parceria.
Segundo informou o jornal Deutsche Welle, em uma cúpula do G20, realizada na ilha indonésia de Bali, o presidente Joe Biden anunciou que investirá 30 milhões de dólares no Brasil (mais ou menos R$ 160 milhões na cotação atual). O comunicado foi feito nesta terça (15) e detalhou que o dinheiro sairá da agência federal americana US Development Finance Corporation (DFC).
O objetivo é alavancar a empresa de mineração britânica TechMet para o desenvolvimento de instalações para transformação de cobalto e níquel no país. Os minerais são empregados na fabricação de baterias, veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas. Dessa forma, a atenção está voltada para a mina da TechMet no Piauí, onde é produzido níquel de matriz sustentável, por via de procedimentos de extração menos intensivos em água e carbono que os métodos tradicionais.
EUA x China
O plano faz parte do jogo geopolítico mundial envolvendo a disputa com a China pela liderança global no século XXI. Assim, o investimento nesses minerais consiste numa estratégia da Casa Branca em tentar depender menos das cadeias de suprimentos do país asiático. Trata-se também de um braço de uma iniciativa denominada “Parceria para Infraestrutura e Investimento Global” (PGII, na sigla em inglês), liderada pelo G7 e que reúne as maiores economias industrializadas. Com ela, o ocidente busca neutralizar os efeitos do megaprojeto de infraestrutura chinês conhecido como “Nova Rota da Seda”.
Índia, Honduras e Indonésia também devem receber projetos de investimentos por parte dos EUA. Em Honduras, por exemplo, o foco serão painéis solares com equipamentos americanos. A instalação será viabilizada a partir de um empréstimo de US$ 52 milhões da Export-Import Bank, agência de crédito à exportação, ao J.P. Morgan, que financiará a compra dos equipamentos pelo Banco Atlantida de Honduras. Participaram do evento, ao lado de Biden, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente indonésio, Joko Widodo.
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