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Economia

Emprego formal tem melhor agosto em 10 anos e governo deve prorrogar programa que evita demissão

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O Brasil abriu 249.388 vagas formais de trabalho em agosto, melhor resultado para o mês em dez anos, surpreendendo positivamente pelo segundo mês consecutivo sob o amparo do programa do governo que concede um benefício a trabalhadores que tiveram contrato de trabalho suspenso ou jornada reduzida, que deve agora ser novamente prorrogado.

Em coletiva de imprensa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que o programa foi o de maior eficácia na crise do coronavírus do ponto de vista de preservação de empregos e que, por isso, deveria ser estendido por mais dois meses.

A intenção foi confirmada pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.

“Se há uma demanda, não há porque não se fazer a prorrogação. Programa bem feito, que evita demissão, traz renda ao trabalhador, garante o emprego”, afirmou Bianco.

No fim de agosto, o presidente Jair Bolsonaro já havia assinado decreto que prorrogava para até 180 dias os prazos máximos dos acordos fechados dentro do programa. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia, veio bem acima da criação líquida de 122.447 postos projetada por analistas em pesquisa Reuters.

Este também foi o melhor agosto para o país desde 2010, quando foram criadas 299.415 vagas.

Guedes avaliou que a performance corrobora a recuperação em V do Brasil após o impacto da crise com o coronavírus, em referência a uma retomada rápida após uma queda também abrupta.

Desta vez, o Caged contou com dados positivos nos cinco setores pesquisados, incluindo o de serviços, que, mais atingido pelas medidas de isolamento adotadas para frear o surto de Covid-19, seguia no vermelho até então.

“Superamos aquela fase em que eu dizia que estávamos tentando manter os sinais de preservação, os sinais vitais”, disse Guedes.

A dianteira ficou com a indústria, com abertura de 92.893 postos em agosto. Em seguida aparecem os setores da construção (+50.489), comércio (+49.408), serviços (+45.412) e agropecuária (+11.213).

Em julho, o Caged já havia interrompido quatro meses de dados negativos com a ajuda de bons números na indústria e na construção, mas com perdas no setor de serviços.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, foram fechadas 849.387 vagas, num reflexo dos impactos sobre a atividade com a pandemia de Covid-19. No mesmo período de 2019, 593.467 vagas haviam sido abertas.

Mais uma vez, o ministério atribuiu o desempenho positivo do mês ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores. Esse benefício, batizado de BEM, corresponde a uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito em caso de demissão. Hoje, o seguro desemprego varia de um salário mínimo (1.045 reais) a 1.813,03 reais.

Até 18 de setembro, o BEM permitiu 18,4 milhões de acordos entre empregados e empregadores no Brasil. De acordo com Guedes, foram preservados cerca de 11 milhões de empregos com esse número de acordos, já que alguns deles foram renovados.

O custo, até o momento, é de 25,5 bilhões de reais, sendo que o orçamento total do programa é de 51,6 bilhões de reais.

 

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