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Economia

Microsoft sobe 3% e Google cai 9,5%: O que explica essa diferença no mercado de ações?

Duas das maiores empresas de tecnologia do mundo registram desempenhos opostos em dia crucial do mercado financeiro.

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Microsoft e Google registraram um resultado oposto no mercado de ações dos Estados Unidos, nessa quarta-feira (25). Enquanto os ativos da Alphabet, empresa que controla o Google, caíram 9,51%, sendo vendidos a US$ 125,61, os da Microsoft foram para US$ 340,67, com aumento de 3,07%.

O resultado chama a atenção e instiga o mercado a buscar explicações para o ocorrido. Apesar disso, vale citar que no compilado do terceiro trimestre deste ano, a Alphabet teve um lucro final por ação de US$ 1,55, o que ultrapassou as expectativas, que giravam em torno de US$ 1,44.

O entrave maior, no entanto, e que acabou influenciando no resultado dessa quarta são as receitas da computação em nuvem, segundo especialistas. O desempenho desse setor foi de US$ 8,41 bilhões, ficando abaixo dos US$ 8,6 bilhões que eram esperados pelo mercado.

Esse aspecto tem sido decisivo no desempenho da Alphabet, pois é considerado hoje o negócio mais importante para o futuro da empresa. Se o resultado não atinge o que se espera, os efeitos no valor das ações são imediatos.

Reação exagerada?

De modo geral, a Alphabet comemorou o resultado positivo, com o lucro final do trimestre, mas as reações foram analisadas de forma diferente pelo mercado.

O Itaú BBA, por exemplo, fez um relatório no qual explica que chegou a questionar se a reação do setor financeiro não havia sido exagerada, mas após analisar o fraco desempenho dos números, passou a concordar com o resultado.

Depois do lucro do terceiro trimestre, a instituição acredita que será difícil continuar aumentando as estimativas para o Google, visto que as receitas de Busca já estão perto do limite e todas as demais, como YouTube, Google Cloud e Network, são pequenas para fazer alguma diferença.

Existe uma sensação no mercado de que os movimentos positivos estão perto do fim. Isso, sem contar que a Alphabet enfrenta a acusação do Departamento de Justiça dos EUA de monopólio e abuso de posição nos serviços de busca na internet. A questão deve ser resolvida no próximo ano, o que impactará também no resultado das ações.

Mas e a Microsoft? Por que essa melhora?

Em situação oposta, a Microsoft já aproveita os frutos gerados pelo investimento na nuvem. A empresa teve um faturamento de US$ 56,52 bilhões no terceiro trimestre. A expectativa era de que esse total ficasse em US$ 54,5 bilhões, ou seja, superou a estimativa.

Fora isso, o lucro por ação foi de US$ 2,99, superando o índice estimado de US$ 2,65. E a explicação para isso está no ótimo desempenho da computação em nuvem.

As receitas desse setor registraram um resultado positivo de 19%, também ficando acima do que havia sido cogitado.

Esse desempenho que alia boa performance com superação das expectativa é o que faz da Microsoft uma empresa atrativa para investimento.

A Azure (plataforma de nuvem) já teve 28% de crescimento da receita; o Office 365 Comercial segue aumentando as taxas e o Windows OEM retomou o movimento ascendente.

O cenário é tão positivo que o Itaú BBA vê espaço para ainda mais crescimento, até o final do ano fiscal. Mesmo que as ações da Microsoft já não estejam baratas, a recomendação da instituição é uma só: compre!

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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