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Bactérias mutantes mastigam nosso lixo plástico

Cientistas conseguiram criar bactérias geneticamente modificadas que são capazes de decompor plásticos e criar subprodutos

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O descarte incorreto e o acúmulo de plástico em diferentes áreas do planeta é um dos grandes problemas ambientais que precisam ser enfrentados com urgência, hoje.

A chegada desse tipo de material à natureza gera uma série de consequências, a começar pelo fato de que ele demora centenas de anos para se decompor completamente, além de liberar grande quantidade de microplásticos.

No caso dos oceanos, o efeito é direto e imediato, pois eles interferem na vida marinha e prejudicam o bem-estar dos animais. Uma possível solução para isso, no entanto, pode estar a caminho.

Um grupo de pesquisadores desenvolveu uma bactéria geneticamente modificada que é capaz de atuar e dar um outro fim aos resíduos plásticos.

O que diz o estudo?

Os resultados da pesquisa foram divulgados recentemente na revista Nature Communications. Basicamente, os cientistas criaram uma bactéria sintética que decompõem o plástico e o transformam em substâncias químicas que são usadas na produção de adesivos, isolantes e náilon.

Eles trabalharam com duas cepas geneticamente modificadas de bactérias do tipo Pseudomonas putida e conseguiram reciclar o polietileno, ou seja, um dos tipos de plástico mais comuns e presentes no mundo.

Cada uma das cepas selecionadas ficou encarregada de decompor um produto específico. São eles: ácido tereftálico e etilenoglicol.

Uso de microorganismos na reciclagem

Esse tipo de finalidade no uso de microorganismos, visando a reciclagem de plástico, não é algo totalmente novo, mas tem se revelado uma tática complexa e eficaz.

Nesse novo estudo, os pesquisadores obtiveram resultados que mostram que o uso de duas cepas de bactéria é mais eficiente do que a utilização de apenas uma para o processamento de dois produtos.

Além da decomposição em si, eles perceberam que elas conseguiram produzir subprodutos, como o polímero biodegradável PHA e o muconato. Esses dois juntos dão origem ao poliuretano, que é utilizado na produção de isoladores, revestimentos, espumas e adesivos, e também o ácido adípico, que dá origem ao náilon.

A suposição, agora, diante dos resultados, é que esse mesmo método pode ser utilizado na decomposição de outros tipos de plásticos. Se confirmada, a tendência é reduzir, e muito, o impacto ambiental que esses materiais geram na natureza.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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