Economia
Fuga da Poupança: Entenda o segundo maior resgate anual e o destino do dinheiro
Diversos eventos e situações contribuíram para tais retiradas, conforme apontam os experts do setor.
2023 foi um ano surpreendente do ponto de vista financeiro. Segundo os dados oficiais do Banco Central, esse período apresentou uma capitalização líquida negativa no que diz respeito à poupança. As cifras pertinentes aos resgates totalizam um montante de R$ 87,819 bilhões, a segunda maior retirada da história.
Logo, a primeira ocorrência foi em 2022, quando o percentual de resgates alcançou a marca de R$ 103,237 bilhões. Conforme alguns especialistas, esse cenário é motivado principalmente pelos juros mais altos, que se encontram elevados há bastante tempo.
Desse modo, esse tipo de investimento se torna menos atrativo, se comparado a outros produtos capazes de oferecer maiores rentabilidades ao correntista, como, por exemplo, as ações, os FIIS (Fundos Imobiliários), títulos do Tesouro Direto e até mesmo os criptoativos (Bitcoin e Ethereum).
Nos moldes de hoje, a remuneração da caderneta baseia-se na TR (Taxa Referencial), que está em 0,0912% mensais, somada a mais uma taxa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Por outro lado, as opções atreladas à Selic rendem, no total, 11,25% anualmente.
Renda fixa reinou entre os brasileiros em 2023
De acordo com as informações mais recentes da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) coletadas em 2023, houve um modesto aumento da renda fixa nas carteiras de investimentos dos brasileiros.
Assim, na área conhecida como “private“, destinada a investidores que possuem mais de R$ 1 milhão disponíveis para tal empreitada, o avanço observado foi de 2,9 pontos percentuais (35,4%). Já entre os adquirentes do varejo, o aumento foi de 0,9 ponto percentual, alcançando a porcentagem de 82%.
“Produtos de renda fixa mais conservadores, sejam estes isentos ou convencionais, a exemplo dos CDBs, passaram a ser a maioria nas carteiras dos clientes. Justamente por se beneficiar da taxa de juros, que, apesar de ter entrado em um ciclo de redução, ainda permanece em dois dígitos”, explica Ademir A. Correa Júnior, presidente do nosso Fórum de Distribuição.
Se considerarmos o volume total aplicado pelos cidadãos do país, é evidente que existe um crescimento em comparação com o ano de 2022. Quando ambos os períodos são analisados, pode-se ver um aumento de 14% nesta atividade.
Outro elemento de destaque que pode ter motivado tantas retiradas é o alto percentual de endividamento da população em geral. Segundo o indicador da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), o número de inadimplentes de dezembro de 2023 é 3,58% superior ao do período anterior.
“A necessidade das famílias brasileiras quitarem as dívidas em aberto, já que o número de inadimplentes continua alto no país, faz com que haja a retirada do dinheiro da poupança”, analisa o educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier.
Para 2024, espera-se que a taxa Selic chegue a 9%, com uma situação inflacionária positiva. Essa possibilidade de queda significa que existe novamente interesse em investir, principalmente em alternativas de renda variável, que possibilitam maiores ganhos, porém são bem mais arriscadas.
“Com isso, a tendência é que a retirada líquida da caderneta de poupança seja menor”, finaliza.

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