Política
De onde vem e para onde vai a fortuna de Assad, deposto da Síria?
O ex-ditador sírio é acusado de desviar bilhões da economia da Síria durante o seu governo, que foi encerrado recentemente.
Bashar al-Assad, o anteriormente poderoso líder da Síria, recentemente deposto, acumula suspeitas de ter desviado somas bilionárias da economia de seu país.
Estimativas sugerem que ele teria planejado a fuga ao longo dos anos, escondendo sua fortuna por vários países. No entanto, o verdadeiro valor de sua riqueza permanece um mistério.
Conforme um relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2022, Assad e sua esposa Asma teriam entre 1 bilhão e 2 bilhões de dólares de “patrimônio”. A família possui propriedades em locais estratégicos como Dubai, Moscou e Londres, além de contas bancárias secretas.
Quando a guerra civil síria estourou, o Reino Unido congelou uma conta de Assad com 40 milhões de libras. Essa quantia é uma fração da fortuna suspeita da família Assad, que inclui 200 toneladas de ouro e ativos estimados em 22 bilhões de dólares.
O agora ex-ditador Bashar al-Assad – Imagem: Joseph Eid/AFP/Reprodução
Origem da fortuna de Assad
O relatório do Departamento de Estado dos EUA aponta que os Assad estariam envolvidos em negócios escusos, como tráfico de drogas e contrabando de armas. As operações são feitas por meio de empresas que aparentam ser legítimas.
Assad teria o controle sobre negócios estatais, direcionando empreendimentos para suas próprias empresas, consolidando assim sua riqueza. Há relatos de que ele tenha canalizado a riqueza de seus aliados para si próprio.
Repercussões da fuga
Durante a abrupta partida de Assad da Síria, em meio ao avanço dos rebeldes que o depuseram, muitos bens foram deixados para trás em solo sírio. Apesar disso, a família estabeleceu bases sólidas no exterior, sobretudo na Rússia, onde apresentam investimentos significativos.
Entre 2018 e 2019, o Banco Central Sírio teria transportado 250 milhões de dólares para Moscou. Esse movimento ilustra a dependência da Síria em relação à Rússia, principalmente devido às sanções ocidentais.
Apelos por restituição
A discrepância entre a riqueza dos Assad e a pobreza extrema na Síria é gritante. Desde o início do conflito entre o governo do ex-ditador e os grupos rebeldes, o PIB sírio reduziu-se para 9 bilhões de dólares.
Organizações de direitos humanos solicitam a recuperação dos ativos desviados, buscando aliviar a crise econômica que afeta a população do país, já extremamente afetada pela guerra civil.
* Com informações veiculadas pela revista Planeta.
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