Prada adquire Versace por US$ 1,38 bi

A Prada anunciou, dia 10, a aquisição da Versace por US$ 1,38 bilhão, incluindo as dívidas da marca, consolidando duas grandes potências da moda italiana no cenário global de luxo. Este movimento surge em um mercado amplamente dominado por conglomerados franceses, trazendo uma nova dinâmica ao setor.

A venda foi realizada pela Capri Holdings, antiga proprietária da Versace, que optou por se desfazer da marca com um prejuízo significativo, após tê-la adquirido por US$ 2,1 bilhões em 2018. A decisão de venda reflete a estratégia da Capri de concentrar seus esforços na recuperação da Michael Kors, que responde por cerca de 70% das receitas do grupo, mas enfrenta queda nas vendas.

A Capri Holdings também viu sua tentativa de venda para a Tapestry, por US$ 8,5 bilhões, ser barrada por autoridades reguladoras dos EUA em 2024. Sem uma alternativa clara, a empresa começou a vender ativos para fortalecer seu balanço financeiro, o que inclui agora a saída da Versace.

Prada adquire Versace

Após o anúncio da venda, as ações da Capri Holdings (NYSE: CPRI) sofreram uma queda de até 9% nas negociações de quinta-feira. A empresa também é negociada na B3, através da BDR (BOV:CAPH34).

A Versace, que vinha enfrentando dificuldades financeiras e operando com prejuízo, não conseguiu atrair novos consumidores ou agradar sua clientela fiel com tentativas de reposicionamento voltadas ao “luxo discreto”. A marca, famosa por seu estilo barroco e ousado, não conseguiu acompanhar as mudanças nas preferências do mercado.

Enquanto isso, a Prada segue em crescimento, mesmo com a desaceleração do setor de luxo. A aquisição da Versace é uma aposta rara da marca, que, desde os anos 1990, tem feito poucas aquisições, como as das grifes Helmut Lang e Jil Sander. Para a Prada S.p.A. (TG:PRP), a aquisição representa a inclusão de mais uma marca icônica no portfólio, que já inclui Miu Miu e Church’s.

Objetivo

O objetivo agora é revalorizar a Versace com disciplina e paciência. Donatella Versace, que deixou o cargo de diretora criativa em março, demonstrou apoio à transição e expressou confiança no futuro da marca sob o comando da família Prada, com quem mantém uma admiração mútua de longa data. Ela continuará a atuar como embaixadora da grife.

(Com Agências Internacionais).