TikTok vai construir centro de dados bilionário na Finlândia

O TikTok, rede social de vídeos curtos pertencente ao conglomerado chinês ByteDance, anunciou dia 7 um investimento de 1 bilhão de euros na construção de um novo centro de dados na cidade de Kouvola, no sudeste da Finlândia. A iniciativa faz parte de um projeto maior, avaliado em 12 bilhões de euros, voltado à proteção dos dados de seus 175 milhões de usuários europeus — e surge dias após o aplicativo ser novamente multado por violar normas de privacidade da União Europeia (UE).

Em comunicado, a empresa afirmou que o centro de dados finlandês será um “passo significativo” para garantir que as informações de seus usuários europeus sejam armazenadas dentro do chamado “Enclave Europeu”, infraestrutura dedicada à gestão local de dados com “os mais elevados padrões de segurança e supervisão”.

A movimentação acontece em meio a pressões crescentes sobre a empresa por parte de reguladores europeus. Na semana passada, a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC, na sigla em inglês) aplicou uma multa de 530 milhões de euros ao TikTok, alegando que a companhia falhou em informar com clareza os usuários sobre a transferência de seus dados pessoais para a China — o que contraria as normas do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR).

TikTok

Segundo o vice-comissário irlandês Graham Doyle, o TikTok “não conseguiu verificar, garantir e demonstrar” que os dados dos usuários europeus acessados remotamente pela equipe da empresa na China estavam protegidos de maneira equivalente às regras da UE.

Em resposta, a empresa afirmou que vai recorrer da decisão e destacou que “nunca recebeu um pedido” das autoridades chinesas para fornecer dados de usuários europeus — nem teria fornecido essas informações. A diretora de relações públicas da companhia, Christine Grahn, reforçou que a penalidade se refere a práticas adotadas antes de maio de 2023, período anterior ao início do Project Clover, programa de reestruturação da governança de dados do TikTok na Europa.

A plataforma, altamente popular entre o público jovem, tem enfrentado resistência crescente em países ocidentais, que veem riscos de segurança ligados à possível utilização de dados pessoais para fins de espionagem ou propaganda por parte do governo chinês.