Ações, Units e ETF's
Fator ‘ômicron’ derruba bolsas; precatórios incertos e IR para 2022 pautam Ibovespa de terça
Potencial de contágio de variante é incerto; matéria fiscal ‘patina’ no Congresso
Em compasso com as incertezas, produzidas em laboratório com o aparecimento de variante da Covid-19 (ômicron, o pequeno e breve, em grego) – que já teria sido detectada em 12 países – as bolsas mundiais operam em queda nessa terça-feira (30), a exemplo dos índices futuros estadunidenses, que recuam, invertendo o sinal da véspera (29).
Sem lockdowns nos EUA – O azedume do mercado não foi alterado, mesmo depois das declarações da médica sul-africana, Angelique Coetzee, à BBC britânica, domingo último (28), de que os pacientes diagnosticados com a doença teriam apresentado “sintomas extremamente suaves”, e ás do presidente ianque Joe Biden, que afastou, a princípio, a possibilidade de reinstituição de novos lockdowns ou restrições a viagens na terra do Tio Sam.
OMS quer tempo – A Organização Mundial de Saúde (OMS), por sua vez, emitiu nota afirmando que “ainda serão necessárias algumas semanas, até que se compreenda de que forma a variante pode afetar diagnósticos, terapias e vacina”.
Queda de eficácia – Uma queda material de eficácia das vacinas existentes, o que sugere a necessidade de novos imunizantes. Assim definiu a situação o CEO da Moderna, Stephane Bancel, ao acrescentar ser inviável, no momento, o desenvolvimento de novas versões, no curto prazo.
Mutações surpreendentes – Endossando a preocupação da executiva, o cofundador da Moderna, Noubar Afeyan, em entrevista à Bloomberg Television, admitiu que “o número de mutações neste vírus é surpreendente”. À Folha de S. Paulo, a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Diez, admitiu que o novo contrato com o Ministério da Saúde prevê a entrega de vacinas adaptadas às novas variantes da covid-19.
Recuo tupiniquim – No país, houve recuo de 7% na média móvel de mortes por covid-19 em sete dias (227), se comparado ao patamar de 14 dias antes.
Ásia cai e Europa, idem – Enquanto que na Ásia, as bolsas locais tombavam nessa terça (30) – a despeito da boa notícia do crescimento inesperado, para 50,1 pontos, do Índice do Gerente de Compras (PMI na sigla em inglês) oficial da China, mantendo o viés de ‘expansão da atividade fabril chinesa – na Europa, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – recua 1,2%, sob o peso do desempenho negativo do setor automobilístico.
Minério avança – No campo das commodities, como se ignorando a crise viral, os futuros descreveram um ‘salto’ de 10%, em decorrência da frenética reposição de estoques pelas siderúrgicas chinesas, mas também pelo apetite de risco do investidor global.
Petróleo cai – Em contrapartida, os preços do petróleo registraram quedas superiores a 3%, a reboque das declarações de executivos da Moderna, que admitiram a ‘baixa resistência’ das atuais vacinas contra a pequena (ômicron) e irônica ameaça.
Indústria trilionária – Temores à parte, o fato é que a aversão global vai manter em grande movimento a trilionária indústria farmacêutica, a que sempre lucra, uma vez que a Moderna, agora com a nova crise viral, terá a oportunidade dourada de ‘recuperar o atraso’ em relação à parceria Pfizer-BioNTech – a líder de ‘vendas’ de todos os tempos e pandemias. Só em vendas de imunizantes (vacinas), a Moderna este ano deverá faturar de US$ 15 a US$ 18 bilhões.
Candidata à vista – Ao mesmo tempo, a Pfizer revelou, na semana passada, que já vinha desenvolvendo ‘doses de reforço’, como forma de antecipação a prováveis mutações, como às do ômicron. Segundo o laboratório, isso “permitiria a apresentação, em breve, de uma ‘candidata’ específica para essa nova cepa viral”.
Duas a três semanas – De qualquer modo, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, teria estimado entre duas e três semanas para que ‘fique claro’ o nível de eficácia da atual vacina da empresa contra a ômicron. E, mesmo no pior cenário, ele espera que a fórmula existente mantenha certa eficácia.
‘Correndo por fora’ – Correndo por fora, outros fabricantes de imunizantes, como AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sinovac Biotech, CanSino Biologics e a farmacêutica japonesa Shionogi & Co. afirmaram que igualmente conduzem estudos sobre a nova variante.
Fed fala – Em meio a tantas declarações adversas aos negócios, os investidores acompanham com atenção os discursos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e da secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, no Comitê de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado estadunidense, às 12h (horário de Brasília). Por enquanto, a tendência é de que a elevação do risco global dê impulso adicional à aceleração dos juros.
PEC adiada, de novo – No campo pátrio, a treta fica por conta do adiamento, para a próxima quinta (2) da votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, da PEC dos Precatórios, com perspectivas de aprovação, embora o escore do Plenário continue a ser dúvida, uma vez que o Executivo ainda não dispõe dos votos necessários (49). A ideia do Executivo é torna permanente o benefício social eleitoral até o Natal (R$ 400), a ser instituído sem a identificação de fonte de financiamento, o que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
IR às calendas – Ao mesmo tempo, ficou para as ‘calendas’, ou seja, para o ano que vem, a reforma do Imposto de Renda (IR), revelou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), depois que o governo não conseguiu o apoio necessário para financiar o Auxílio ‘pleito’ Brasil.
‘Orçamento secreto’ resiste – Nos bastidores, tanto Câmara quanto Senado teriam ‘fechado questão’ em favor do chamado pela ministra do Supremo, Rosa Weber, de “orçamento secreto”, que, segundo a magistrada, serviria para atender, mediante emendas bilionárias, redutos eleitorais de parlamentares afinados com o Planalto. No total, a bolsa secreta chegaria ao montante de R$ 16 bilhões, para o ano que vem.
Desemprego recua – No plano real, a taxa de desemprego do país caiu a 12,8% no terceiro trimestre do ano (3T21), segundo apurou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – projeção de 12,7% pela consultoria Refinitiv. Também nessa área, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulga, às 10h, os números do emprego/desemprego de outubro último.
Principais indicadores
Estados Unidos
Dow Jones Futuro (EUA), -1,32%
S&P 500 Futuro (EUA), -1,05%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,48%
Ásia
Nikkei (Japão), -1,63% (fechado)
Shanghai SE (China), +0,03% (fechado)
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,58% (fechado)
Kospi (Coreia do Sul), -2,42% (fechado)
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -1,42%
Dax (Alemanha), -1,5%
CAC 40 (França), -1,14%
FTSE MIB (Itália), -1,63%
Commodities
Petróleo WTI, -2,77%, a US$ 68 o barril.
Petróleo Brent, -2,85%, a US$ 71,35 o barril.
Minério de ferro +2,44%, a 609,5 iuanes (US$ 95,65; USD/CNY = 6,37) – Bolsa de Dalian (contratos futuros).
Criptomoedas
Bitcoin, -1,3%, a US$ 56.661,06.
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