Economia
Sinalização de juros pelo Fed; recuo de prévia do PIB e do IGP-10 moldam Ibovespa de quarta
Enquanto mercados aguardam posição de BC ianque sobre política monetária, no Brasil, atividade econômica recua e inflação idem
Mesmo com a expectativa crescente em torno da posição do Federal Open Market Committee (Fomc), em relação à política monetária dos EUA (às 16h, horário de Brasília, os juros ianques registravam leve alta, no início dessa quarta-feira (15), enquanto que os mercados asiáticos exibiram desempenhos variados e os europeus avançam, a despeito do avanço de 5,1% (em 12 meses) do Índice de Preços ao Consumidor do Reino Unido em novembro último, o maior em dez anos.
‘Atitude cautelosa’ – A princípio, as projeções de analistas apontariam uma atitude ‘cautelosa’ do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, em relação aos juros, que devem ser mantidos no intervalo entre 0% e 0,25%, mas o posicionamento da instituição só ficará mais claro com a fala do presidente Jerome Powell, também nessa quarta-feira (15).
Fim antecipado – Antes, porém, a previsão é de que o Fed deverá reduzir mais rapidamente do que o previsto (junho próximo) o chamado tapering – programa de compra de títulos federais, pelo qual o BC norte-americano injeta mensalmente US$ 120 bilhões em sua economia, a maior do planeta, desde a pandemia.
EUA têm teto – Outro fator que também movimenta as cotações mundiais, a sanção do presidente norte-americano, Joe Biden, em favor do aumento, em US$ 2,5 trilhões, do teto da dívida ianque, após o dispositivo ser aprovado pelo Congresso local.
‘Puxada dos juros’ – Às 8h57m, o Ibovespa Futuro operava em queda de 0,58% a 106.759,92 pontos, ao passo que o Dow Jones caía 0,30%; o SP&500 recuava 0,75% e o Nasdaq afundava 1,14%, como prévia da ‘puxada’ iminente dos juros estadunidenses pelo Fed, de forma a trazer a inflação local – a maior dos últimos 39 anos – volte a convergir à meta inflacionária traçada pela instituição.
China recua – Ao mesmo tempo, a produção industrial chinesa cresceu 3,8% no mês passado – para o mês anterior – o mesmo ocorrendo com as vendas do varejo, em igual comparativo, que subiram 3,9%.
Dívida colossal – No contraponto negativo, persiste o risco de calote generalizado no setor imobiliário do país oriental – em especial, por parte da segunda maior incorporadora do país, Evergrande, ‘dona’ de uma dívida colossal de US$ 300 bilhões – o que atesta sua elevada alavancagem, até há pouco incentivada pelo governo de Pequim.
Washington ataca – Também no radar, a possibilidade de aplicação de ‘sanções mais duras’ por Washington contra a Semiconductor Manufacturing International, maior fabricante de chips da China.
PIB cai de novo – No cenário verde-amarelo, destaque para o recuo de 0,40% do IBC-Br de outubro – prévia do PIB – em outubro, ante o mês anterior, bem acima da queda de 0,20% prevista por analistas de mercado, ouvidos pela agência britânica Reuters. Com relação a outubro de 2020, o descenso chega a 1,48%. No ano, o IBC-Br acumula alta de 4,99% e de 4,19% em 12 meses.
Freio na inflação – Na mesma toada, o IGP-10 da Fundação Getúlio Vargas (FGV) retrocedeu 0,14% este mês, traduzindo uma ‘freada brusca’ na atividade econômica, pois em novembro o índice atingiu 1,19%. Mesmo assim, o indicador da FGV acumula em 2021, alta de 17,30%, ainda assim, inferior aos 24,16% do ano passado.
Alta do IPC-10 – ‘Destrinchando’ um pouco mais o IGP-10, é possível perceber que os três índices responsáveis pela sua formação apresentaram resultados díspares: enquanto o índice de Preços no Atacado (IPA-10) caiu 0,51%, o de preços ao consumidor (IPC-10) cresceu 1,08% em dezembro, superando a marca de 0,79% do mês anterior, e o Índice Nacional de Construção Civil (INCC) subiu 0,54%, após alta de 0,95% em novembro último.
Margem bilionária – Na ‘novela’ dos precatórios, por 327 votos a 147 e uma abstenção – Câmara dos Deputados aprovou, ontem (14), a respectiva PEC – com o mesmo teor aprovado pelo Senado – o que abriria ‘margem’ de R$ 100 bilhões no Orçamento do ano que vem, com direito à ‘implosão’ da regra do teto de gastos, pilar da responsabilidade fiscal.
Eletrobras ‘renasce’ – No que toca à privatização da Eletrobras, a novidade é que o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu reincluir a alienação da estatal em sua pauta dessa quarta (15).
Petróleo e minério recuam – No campo das commodities, a Agencia Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) anunciou que a “demanda por petróleo, no próximo ano, deve ser menor que a projetada anteriormente”, com previsão de queda de 2,082 milhões de barris para o período. Desse modo, o petróleo registra queda. Já o minério de ferro negociado no porto de Qingdao (China) recuava 0,8% a US$ 111 a tonelada, devido à menor demanda de aço por parte das incorporadoras imobiliárias locais.
Ironia offshore – O detalhe irônico fica por conta do ministro offshore isento Guedes, que, depois de ‘implodir’ o teto de gastos do país, agora se empenha em criar um específico para reajustar os defasados salários dos servidores federais (com prioridade para as ‘forças de segurança’), sempre disposto a ‘agradar’ o chefe boquirroto, em sua tentativa de reeleição, no ano que vem.
Promessa é dívida – Ao IBGE, a autoridade econômica acenou que “não faltarão recursos” para o Censo de 2022, embora a verba necessária para o trabalho (R$ 2,3 bilhões) tenha sido parcialmente ‘cortada’ na peça orçamentária em tramitação na Câmara.
Covid cai de novo – No diário da covid, a queda da média móvel de mortes no país caiu 34% em sete dias (151 casos), em comparação com o patamar anterior, de 14 dias antes, segundo informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos
Dow Jones, +0,06%.
S&P 500, +0,04%.
Nasdaq, +0,02%.
Ásia
Nikkei (Japão), +0,10% (fechado).
Shanghai SE (China), -0,38% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,91% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), +0,05% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -0,19%.
Dax (Alemanha), +0,31%.
CAC 40 (França), +0,72%.
FTSE MIB (Itália), +0,67%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,85%, a US$ 70,13, o barril.
Petróleo Brent, -0,45%, a US$ 73,37, o barril.
Minério de ferro, -2,04%, a 649,00 iuanes ou US$ 101,97 (Bolsa de Dalian, China).
Criptomoedas
Bitcoin, +2,49% a US$ 48.646,16 (há um dia).
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