George Soros, o polêmico bilionário que fez história nos negócios

Perfil de George Soros

Nome completo:	George Soros
Ocupação:	Investidor e filantropo
Local de Nascimento:	Budapeste, Hungria
Data de Nascimento:	12 de agosto de 1930
Fortuna:	US$ 8,6 bilhões (ranking da Forbes de 2021)

Apesar de George Soros ser um dos maiores investidores mundiais, sua imagem vive envolta de constantes polêmicas e debates por onde quer que passe. Ele é conhecido como “o homem que quebrou o banco da Inglaterra”, isso porque em 1992 investiu uma parte de sua fortuna na desvalorização da Libra Esterlina. Esse dia ficou conhecido como ‘Quarta-feira negra’.

Ele fundou a Open Society Foundations, em 1993, quando investiu mais de 80% de sua fortuna, isto é, um total de quase US$18 bilhões de dólares. A organização apoia financeiramente grupos da sociedade civil em todo o mundo e ademais, tem como objetivo promover a Justiça, Educação, Saúde Pública e a mídia independente.

Recentemente, com a pandemia do novo coronavírus, George Soros e Bill Gates criaram um consórcio para a compra de um fabricante de testes de Covid no Reino Unido. O intuito, segundo eles, é aumentar o acesso de diversos países à tecnologia médica de última geração a preços acessíveis.

Para conhecer mais sobre a vida de George Soros, magnata de sucesso, continue lendo este artigo.

Quem é George Soros?

A vida desse megainvestidor é bastante movimentada. O bilionário George Soros nasceu em 12 de agosto de 1930, em Budapeste, na Hungria, em meio à Segunda Guerra Mundial. Seu nome era György Schwartz, mas precisou ser alterado devido ao contexto de guerra da época, já que seu país foi ocupado pela Alemanha nazista.

Aos 17 anos, em 1947, George Soros emigrou para o Reino Unido, na Inglaterra. Lá, frequentou a London School of Economics, concluindo seu bacharelado e mestrado em Filosofia. A partir de então, Soros começou sua trajetória, assumindo diversos empregos em bancos comerciais, inicialmente no Reino Unido. Nos anos 50, mudou-se para os Estados Unidos, onde atuou por mais de uma década em empresas de Nova York.

Primeiros investimentos

Foi em 1969 que George Soros iniciou seu primeiro fundo hedge, o Double Eagle. Os lucros conseguidos em seu primeiro fundo foram a base para que George tivesse capital para iniciar o Soros Fund Management, seu segundo fundo hedge, criado em 1970. Posteriormente, o negócio passou a se chamar Quantum Group Funds, que começou sua gestão com US$12 milhões de dólares em ativos.

No ano de 2011, o fundo possuía U$25 bilhões de dólares, a maior parte do patrimônio líquido geral de Soros. Esse jeito mais agressivo de Soros fez com que o Quantum Group Funds crescesse de maneira muito rápida. O renome desse fundo e o destaque no mercado veio devido aos grandes investimentos pensados a curto prazo e a variação de taxas de câmbio.

Apesar disso, as atitudes desse megainvestidor durante esse processo geraram inúmeros debates. A ética de Soros foi bastante questionada na crise financeira da Ásia no final da década de 1990, isto é, quando a moeda tailandesa sofreu um colapso. Isso porque George foi apontado como um dos investigadores responsáveis por problemas no câmbio do país.

Contudo, sua atitude que mais provocou debate foi quando apostou contra a moeda inglesa e quebrou o banco da Inglaterra, em 1992. No fim do processo, Soros conseguiu lucro equivalente a US$1 bilhão de dólares.

Filosofia de Popper

Utilizando seus estudos filosóficos como base, o investidor George Soros formulou uma estratégia para aplicar a Teoria Geral da Reflexividade, de Karl Popper, no mercado de capitais. Segundo ele, isso permite que seja melhor visualizada as bolhas de ativos e valor fundamental e de mercado dos valores mobiliários, assim como a disparidade entre o valor usado para reduzir e trocar as ações.

Karl Popper, que Soros encontrou pela primeira vez na London School of Economics, influenciaram os pensamentos de George. Em seu livro “Open Society and Its Enemies”, Popper argumenta que nenhuma filosofia ou ideologia é o árbitro final da verdade, e além disso, que as sociedades só podem florescer quando permitem a governança democrática, liberdade de expressão e respeito pelos direitos individuais – uma abordagem no cerne do trabalho das Open Society Foundations.

O legado filantrópico de Soros

George Soros é bastante conhecido por suas atitudes filantrópicas e de causas políticas progressistas e liberais. A Open Society Foundations é uma instituição que promove ações sociais e desenvolvimento de países do terceiro mundo. Essa é uma importante contradição que se destaca em sua vida, apesar de ser considerado investidor agressivo, também há o legado filantrópico de Soros, que doa milhões para uma Ong.

A Open Society distribuiu cerca de US$32 milhões para organizações do Brasil entre os anos de 2016 e 2019. Esse montante equivale a R$117 milhões, de acordo com o câmbio em cada época.

Soros se tornou um alvo dos nacionalistas europeus devido seus constantes financiamentos de causas políticas. Diversos conservadores dos Estados Unidos já criaram falsas alegações, que tem a fama de “mestre das marionetes”, devido a supostas conspirações globais. Essas falas conspiratórias contra Soros são frequentemente descritas como antissemitas, já que ele é descendente de judeus.

Open Society Foundations

A Open Society Foundations surgiu após George Soros decidir que tinha dinheiro suficiente, isso em 1979. A instituição é uma rede de fundações, parceiros, bem como de projetos existentes em mais de 100 países. Seu grande sucesso como administrador de fundos de hedge permitiu-lhe perseguir sua ambição de estabelecer sociedades abertas no lugar de formas autoritárias de governo.

“A sociedade aberta se baseia no reconhecimento de que nossa compreensão do mundo é inerentemente imperfeita”, disse Soros. “O que é imperfeito pode ser melhorado.” Assim, ele começou apoiando bolsas de estudo para estudantes sul-africanos negros sobre o regime do apartheid na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e para dissidentes do Leste Europeu para estudar no exterior.

“Meu sucesso nos mercados financeiros me deu um grau maior de independência do que a maioria das outras pessoas”, escreveu Soros certa vez. “Isso me permite tomar posição sobre questões polêmicas: na verdade, me obriga a fazê-lo porque os outros não podem”.

Na década de 1980, ajudou a promover o intercâmbio aberto de ideias na Hungria comunista, financiando visitas acadêmicas ao Ocidente e apoiando grupos culturais independentes, principiantes e outras iniciativas. As fundações também disponibilizaram taxas escolares para milhares de estudantes promissores, que, em uma outra realidade, perderiam essas oportunidades devido à sua identidade ou pelo local onde moram.

Causas LGBTQIA+ e combate às drogas

Muitas vezes, essas doações se concentram naqueles que enfrentam a discriminação apenas por serem quem são. George Soros apoiou grupos que representam o povo cigano da Europa e outros marginalizados da sociedade dominante, como usuários de drogas, profissionais do sexo e pessoas LGBTQIA+.

Com o fim da Guerra Fria, ele gradualmente expandiu sua filantropia para os Estados Unidos, África, América Latina e Ásia, apoiando uma vasta gama de novos esforços para criar sociedades mais responsáveis, transparentes e democráticas. Ele foi uma das primeiras vozes proeminentes a criticar a guerra contra as drogas como “indiscutivelmente mais prejudicial do que o próprio problema das drogas”.

Ajudou a dar o pontapé inicial no movimento pró-maconha medicinal da América. No início dos anos 2000, quando se tornou um defensor vocal dos esforços para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Embora suas causas tenham evoluído com o tempo, elas continuaram a seguir seus ideais de uma sociedade aberta.

Suas doações vão além de suas próprias fundações, apoiando organizações independentes como a Global Witness, o International Crisis Group, o Conselho Europeu de Relações Exteriores, bem como o Institute for New Economic Thinking. Em todo o legado filantrópico de Soros, uma coisa permaneceu constante: o compromisso de lutar contra os problemas mais intratáveis ​​do mundo. Ele é conhecido por enfatizar a importância de enfrentar as causas perdedoras.

Livros

George Soros é um autor de best-sellers. Seus 15 livros oferecem insights sobre como ele aborda investimentos e negócios e compartilham suas perspectivas sobre política, economia, globalização, filantropia e sociedades abertas. O primeiro, ‘A alquimia das finanças’, foi lançado em 1987, enquanto o último, ‘Em defesa da sociedade aberta’, foi escrito em 2019.

Esforços na pandemia

Os bilionários George Soros e Bill Gates constituíram um consórcio para comprar a Mologic Ltd., conhecida pela tecnologia de amostras nasais usada para realizar testes rápidos de Covid-19, no Reino Unido. Segundo eles, a ação tem como objetivo intensificar os esforços para aumentar a tecnologia médica de última geração com preços acessíveis em todo o mundo.

O Soros Economic Development Fund e a Fundação Bill & Melinda Gates lançaram uma nova iniciativa, chamada GAH (Acesso Global à Saúde, na sigla em inglês). O consórcio GAH, vai investir, pelo menos, US$41 milhões no negócio.

O Capitalist traz essas, bem como outras histórias inspiradoras de empreendedores e investidores bem sucedidos no Brasil e no Mundo.