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Biografia: Roberto Campos Neto

Conheça a trajetória de Roberto Campos Neto, economista que ocupa a cadeira presidencial do Banco Central do Brasil.

Perfil de Roberto Campos Neto

Nome completo: Roberto de Oliveira Campos Neto
Ocupação: Economista e presidente do Banco Central
Local de nascimento: Rio de Janeiro – RJ
Ano de nascimento: 1969

Com um espírito de simplicidade e extremamente reservado, Roberto Campos Neto é o homem que ocupa a posição de presidente do Banco Central do Brasil (Bacen).

Veja também: Tudo sobre a trajetória de Henrique Meirelles

O convite para o cargo veio no início de 2019, a convite de Paulo Guedes, então ministro da Economia.

Campos Neto é o 27º presidente do Bacen, sendo sucessor do economista e professor israelense-brasileiro Ilan Goldfajn.

O cargo na presidência do Bacen faz parte do acervo de atuação de Campos Neto no setor bancário, tendo em vista a sua atuação de quase duas décadas no Banco Santander (SANB11).

Continue a leitura do artigo e conheça em detalhes sobre a vida desse homem tão importante para a economia brasileira atual.

Quem é Roberto Campos Neto

Roberto de Oliveira Campos Neto nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 28 de junho de 1969, fazendo parte de uma família de tradição econômica.

Isso porque Campos Neto é neto paterno do economista Roberto Campos, homem que comandou o Ministério do Planejamento no governo Castelo Branco durante os anos 60.

Além disso, o seu avô é um dos idealizadores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Tratando da sua vida pessoal, Roberto é casado há cerca de 12 anos com a advogada Adriana Buccolo de Oliveira Campos, com quem tem duas crianças.

Bem, ser presidente do Bacen é uma tarefa que requer bastante dedicação, mas que Roberto já tira de letra.

Por isso, mesmo com a rotina no trabalho, Neto consegue associar o seu dia a dia num condomínio paulistano com a família e aos fins de semana descansa em sua casa no Guarujá.

Temporadas em Miami

Além disso, Neto e sua família curtem temporadas em Miami, onde vive um de seus irmãos e parte da família de sua mulher.

De acordo com amigos de Campos Neto, o economista é um homem simples, que não possui hábitos extravagantes, além de ser viciado em esportes.

Na sua juventude, Roberto praticava jiu-jítsu, mas atualmente tem o hábito de correr e jogar tênis.

Com relação aos seus interesses pessoais, Campos Neto estuda, há alguns anos, inovação.

Inclusive, esse interesse por tecnologia o levou para um curso de imersão na Singularity University, no Vale do Silício.

Campos Neto se prepara agora para integrar um grupo de estudo sobre a inovação na Universidade Stanford.

Em seu tempo livre, Roberto tem se ocupado com temas relacionados ao governo, mesmo não sendo fanático pela política bolsonarista.

De acordo com uma pessoa próxima, Roberto costumava reclamar sobre o tamanho do Estado e a ingerência do governo nos negócios.

Formação

O Rio de Janeiro não foi suficiente para Campos Neto no quesito formação acadêmica.

Por isso, o jovem deixou a cidade, tendo como destino os Estados Unidos, para cursar economia e finanças na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Após a conclusão da sua graduação, em 1993, Campos Neto mergulhou em um mestrado na mesma instituição, título que obteve em dois anos.

Bem, a trajetória de Campos Neto na Universidade da Califórnia se estendeu um pouco mais, quando o decidiu atuar como professor assistente.

Contudo, a carreira acadêmica parou por aí, pois o carioca retornou para o Brasil, para seguir uma nova vocação: se tornar trader.

Início da carreira

Em 1996, quando assumiu a carreira de trader no banco Bozano Simonsen, Campos Neto atuou nas mais diversas áreas desse segmento.

Os cargos que Campos Neto ocupou na Bozano foram: operador de Derivativos de Juros e Câmbio, operador de Dívida Externa, operador da área de Bolsa de Valores e executivo da Área de Renda Fixa Internacional.

Nesse mesmo período, ocorria um fato muito importante no mundo bancário, o avanço do Santander no Brasil, um banco originalmente espanhol.

Vale salientar que o crescimento dessa instituição financeira ocorreu principalmente por aquisições.

Nessa empreitada, a Bozano foi um dos alvos do banco espanhol. Entretanto, Campos Neto seguiu no cargo mesmo após a compra concluída.

Dessa forma, o economista passou a ser vinculado ao Santander Brasil, situação que durou até 2004.

Naquele ano, Roberto saiu do Santander e passou a assumir a gestão de portfólio na Claritas, contudo, a experiência durou apenas dois anos.

Por isso, o economista voltou para o Santander, onde permaneceu por mais 12 anos, ocupando diversas posições de destaque, como executivo e conselheiro.

Sem deixar os estudos de lado, Campos Neto realizou um segundo mestrado, na área de inovação, concluindo o curso em 2018 na Singularity University, na Califórnia (EUA).

Um novo horizonte: Banco Central do Brasil

Campos Neto e Paulo Guedes

Em novembro de 2018, Campos Neto se despediu do Santander em sua sede em São Paulo, banco no qual trabalhou por 18 anos.

Naquele momento, o economista de 49 anos entregava o posto de diretor bem-sucedido na instituição para ser contemplado como presidente do Banco Central, indicado pelo atual presidente Jair Bolsonaro.

Entretanto, essa transição não ocorreu do dia para a noite.

Na verdade, durante cerca de quatro meses, Campos Neto dividiu a sua atenção entre as atribuições no Santander e reuniões comandadas por Paulo Guedes sobre o programa de governo de Bolsonaro.

Vale lembrar que a relação de Campos Neto com Paulo Guedes é bem antiga.

Isso porque Roberto conheceu Guedes quando ainda garoto por intermédio de seu avô, Roberto Campos.

Não era novidade que Paulo Guedes era admirador declarado de Campos, tendo em vista que o veterano enxergava Roberto como expoente entre a geração mais jovem de economistas.

Além disso, os dois mantinham contato frequente, inclusive em caminhadas pela praia no Rio de Janeiro, momento bem propício para debater ideias.

Seguindo o seu avô, uma referência para liberais brasileiros, Campos Neto também é um dos principais liberais do país.

Inclusive, com a ocupação do cargo de presidente do Bacen, a instituição traz esse pensamento atrelado à ideologia liberal proveniente de Campos Neto.

Prova disso é que, em sua posse, Campos Neto defendeu que o governo precisa abrir espaço para a iniciativa privada atuar.

De acordo com ele, com uma menor necessidade de financiar a dívida pública, o mercado de capitais pode se desenvolver.

Em seu discurso, Campos Neto defendeu que “com os esforços de todos nós, o Banco Central contribuirá para o desenho de um país melhor, fundado no livre mercado, onde se destaca cada vez mais o Brasil e menos Brasília”.

Visão sobre o sistema bancário

Mesmo antes da ocupação da presidência do Bacen, Campos Neto sempre defendeu a autonomia do Banco Central do Brasil e a modernização do mercado bancário.

De acordo com ele, essas medidas seriam a alavanca para o aumento da concorrência entre os poucos bancos que compõem o setor financeiro do país.

Nessa perspectiva, em uma sabatina realizada no Senado, no qual Campos Neto foi questionado sobre o fato de o lucro dos bancos terem se mantido elevados, mesmo durante a crise econômica de 2014 no país, Campos Neto respondeu da seguinte forma:

“É preciso ver qual é o lucro em relação ao capital empregado. O retorno dos bancos já foi bem maior, de 19%, 20%, e caiu para 12%. Bancos rendiam a mesma coisa que títulos do governo. Agora a rentabilidade voltou para algo como 15%. Apesar de o lucro ser crescente, a rentabilidade baixou muito.”

Atuação de Roberto Campos Neto no Banco Central

Sede do Banco Central em Brasília, Distrito Federal.

No Banco Central, Campos Neto foi protagonista de grandes feitos na instituição.

Entre eles, podemos citar a redução expressiva da Selic, na qual passou de 6,5% para 2% ao ano.

Além disso, a redução acompanhou-se por uma inflação sob controle.

Dessa forma, o Brasil passou a integrar o grupo de países com juro real negativo.

Não somente, o entusiasmo de Campos Neto pela tecnologia trouxe para a realidade um dos sistemas de pagamentos mais famosos da atualidade, o PIX.

Assim, com a inserção do sistema de pagamento instantâneo, Campos Neto visiona a inclusão e a concorrência no sistema bancário com essa ferramenta.

O Bacen e a pandemia

2020 foi um ano bastante desafiador para diversos setores da sociedade, em especial para a economia brasileira.

Nessa realidade, com apenas um ano de atuação no Bacen, Campos Neto se viu com um desafio extra, devido ao desastroso impacto sobre a economia brasileira e a situação fiscal do país.

Diante disso, para diminuir o impacto dos efeitos da pandemia do covid-19 sobre a economia brasileira, o Bacen adotou novas políticas para promover o bom funcionamento do mercado.

Para que isso ocorresse, o Banco Central anunciou várias medidas para assegurar um bom nível de liquidez.

Basicamente, o intuito é que os bancos tenham recursos disponíveis em volume suficiente para emprestar e refinanciar dívidas das pessoas físicas e jurídicas que se afetaram pela crise.

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