Brasil enfrenta altas infestações de lagarta e cigarrinha: aprenda a combatê-las

Em 2024, pecuaristas de diversas regiões do Brasil enfrentaram um cenário preocupante devido às altas infestações de lagartas e cigarrinhas-das-pastagens. As pragas têm causado perdas severas nos pastos e comprometido a produção de forma inédita.

Esse fenômeno tem impactado variadas espécies de pastagens, desde braquiárias até plantas mais resistentes.

Durante o período chuvoso, que tradicionalmente ajuda no controle, as pragas se manifestaram com uma intensidade jamais vista, o que exigiu atenção redobrada dos produtores rurais.

Pragas são capazes de acabar com as plantações – Imagem: Joyful/Unsplash

Desafios inéditos no campo

A presença simultânea de até quatro espécies de lagartas, inclusive a Spodoptera e a lagarta-preta, foi registrada em várias áreas.

Além delas, a cigarrinha-das-pastagens intensificou seus ataques, o que prejudicou significativamente as rebrotas das plantas.

O desequilíbrio ambiental, agravado pela seca e queimadas severas de 2024, contribuiu para a proliferação de tais pragas. Tradicionalmente, as chuvas auxiliam no controle, mas este ano seu efeito foi insuficiente.

Algumas áreas chegaram a enfrentar três ciclos consecutivos de lagartas, uma situação atípica e muito preocupante.

Manejo e controle

Para enfrentar este desafio, é crucial adotar medidas eficazes de controle. Veja a seguir quatro métodos capazes de reduzir e até eliminar essas pragas!

1. A importância do planejamento e avaliação

Para que o controle de pragas seja realmente eficaz, é fundamental um planejamento cuidadoso e uma avaliação constante.

Ferramentas como o Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, na sigla em inglês) são úteis nesse monitoramento, pois permitem análises precisas do estado das lavouras.

Além disso, o registro detalhado das atividades durante a safra, inclusive a localização de pragas, é crucial para implementar medidas mais eficazes no futuro.

Atualmente, existem diversos aplicativos gratuitos que auxiliam no monitoramento e registro de dados agrícolas, o que potencializa a exatidão no manejo das pragas.

A adoção do MIP e de suas técnicas auxiliares demonstra o compromisso da agricultura brasileira com práticas sustentáveis. Ao integrar tecnologia e conhecimento, busca-se um futuro mais equilibrado e produtivo para o setor.

2. Controle biológico como aliado

Um dos métodos mais promissores no controle de pragas é o biológico, que consiste na utilização de inimigos naturais das pragas. Insetos, bactérias e fungos são introduzidos nas lavouras e, assim, promovem uma proteção orgânica.

Tal estratégia é benéfica porque os organismos utilizados não prejudicam a saúde humana nem o ecossistema. Além disso, sua utilização reduz a necessidade de agroquímicos, o que evita resíduos prejudiciais.

3. Tecnologia no campo

Com o avanço tecnológico, drones são empregados para distribuir esses agentes biológicos e otimizar o processo. Essa inovação dispensa o uso de tratores, tornando a intervenção mais precisa e menos invasiva.

4. Rotação de culturas: um método eficaz

A rotação de culturas é outra técnica amplamente empregada no Brasil. Esse método não só contribui para o controle de pragas e doenças, como também melhora a fertilidade do solo e a biodiversidade.

Ao diversificar as culturas, cria-se um ambiente propício para o desenvolvimento de inimigos naturais das pragas, o que contribui significativamente para o equilíbrio do ecossistema agrícola.

A colaboração entre produtores e especialistas também pode ser essencial para desenvolver estratégias de controle mais eficazes.

Assim, a troca de informações e experiências consegue ajudar a reduzir os impactos econômicos e garantir a sustentabilidade dos sistemas de produção de pastagens no Brasil.