Falar sobre peso dos filhos pode acarretar distúrbios e depressão

Falar sobre peso e obesidade com os filhos é, sem dúvida, um assunto delicado. Um estudo realizado pela Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, revelou que a forma como o tema é abordado com as crianças afeta de forma significativa a autoestima dos pequenos.

Foram analisadas mais de 2 mil crianças entre 10 e 17 anos, acompanhadas de seus pais. Durante o experimento, os adolescentes foram questionados sobre 27 termos e frases que podem ser usados ​​para descrever o peso corporal.

Segundo o estudo, os participantes disseram que estavam sentindo emoções mais negativas quando eram usados termos relacionados à obesidade, incluindo  “gordo”, “excesso de peso” e “extremamente obeso”. Além disso, eles ainda relataram que se sentem constrangidos, tristes e com vergonha quando seus pais usam tais palavras com eles.

Outro dado relevante apontado pelo estudo foi que as meninas sentiram mais emoções negativas do que os meninos quando submetidas a essas palavras sobre o excesso de peso.

É importante destacar que nem todos os jovens estudados eram obesos, e este fato não influenciou a forma como as palavras negativas os afetavam, ou seja, mesmo os adolescentes não obesos demonstraram que podem sofrer com o tema.

A pesquisa revela que quando os pais abordam o peso de uma forma estigmatizada e negativa, existe uma maior tendência de que os filhos tenham um sofrimento emocional, podendo desenvolver autoestima pessoal inferior, distorção de imagem, depressão e distúrbios alimentares.

Segundo os pesquisadores, crianças e adolescentes que crescem em um ambiente com seus corpos estigmatizados podem ter uma relação não saudável com os alimentos e com a atividade física.

Por fim, o estudo revelou que ao menos metade das crianças e adolescentes entrevistados não queria que os pais falassem sobre peso ou que ao menos o fizesse de forma mais delicada e respeitosa.