Investidores focam em ações “perdedoras” durante crise

O resultado das eleições dos Estados Unidos, com a vitória do democrata Joe Biden, e as notícias positivas sobre as vacinas contra a Covid-19 ocasionaram um fluxo global de dinheiro para os países emergentes. Nesse cenário, os investidores focam em ações de baixo resultado na crise, por conta da queda do prêmio de risco.

Porém, na perspectiva do gestor de renda variável da Fator Administradora de Recursos, Daniel Utsch, o contexto ainda é nebuloso e deve permanecer volátil em curto prazo. “A gente está olhando muito para esse movimento, com aumento de alocação nos perdedores na crise, mas ainda não tem posição muito direcional. A gente não quer comprar que a população será imunizada rapidamente”, destaca.

De acordo com Utsch, é hora de equilibrar entre os ativos “perdedores” na crise e os que não se encontram muito estáveis, sem projeção de piora ou melhora na pandemia. 

Ainda que tenha tido entrada de fluxo na bolsa de valores do Brasil, não é certo dizer se ela subiu muito e se já está cara. Em uma entrevista, o executivo ressaltou que o significado de ação barata não está atrelado apenas ao preço, mas ao seu potencial de valorização.

“Até o fim do ano, na nossa leitura, o cenário será bastante volátil. Tem segunda onda de Covid, vacina, política do Biden e cada frase dele vai ter relevância no mercado. Para cenário doméstico, o fiscal segue como principal risco e há o aspecto de como será a trajetória fiscal após as eleições”, resumiu o gestor.