Investimentos
Investimentos dos milionários: saiba onde eles mais aplicam dinheiro
Pesquisa revela para onde vão os principais recursos dos super-ricos.
Uma pesquisa publicada pelo UBS forneceu insights valiosos sobre onde os super-ricos do mundo, incluindo América Latina, Estados Unidos e Europa, estão alocando seus investimentos.
As classes de ativos mais escolhidas refletem não apenas as prioridades financeiras desses milionários, mas também suas preocupações em um cenário econômico em constante mudança.
Investimentos na América Latina: segurança em renda fixa
Na América Latina, a preferência por investimentos em renda fixa é predominante. De acordo com a pesquisa, cerca de 27% dos super-ricos da região alocam seus recursos em títulos de renda fixa de países desenvolvidos, enquanto 7% investem em títulos de mercados emergentes.
Tal escolha reflete um desejo claro de preservar o capital: 63% dos entrevistados apontam essa como a principal meta de seus investimentos. Além disso, 58% deles buscam equilibrar o risco e 54% desejam beneficiar-se dos rendimentos.
Entre as principais preocupações para os próximos 12 meses, a inflação se destaca, sendo citada por 60% dos super-ricos da região.
Para um horizonte maior, de cinco anos, as mudanças climáticas e as perturbações tecnológicas que podem impactar seus negócios e investimentos são igualmente preocupantes, citadas por 48% dos entrevistados.
Super-ricos latino-americanos apresentam preocupações com a inflação e as mudanças climáticas e tecnológicas quando se trata de sua riqueza – Imagem: reprodução
Estados Unidos: foco em inovações
Por outro lado, os super-ricos dos Estados Unidos apresentam um perfil de investimento bem diferente, com apenas 7% alocando em renda fixa. Em média, 59% dos investidores que optam por essa classe procuram rendimentos elevados.
A maior parte das carteiras, com 82%, está direcionada a ativos norte-americanos, e apenas 8% aos da Europa Ocidental.
A diversificação da carteira é uma prioridade, com 47% optando por títulos de alta qualidade e curta duração.
A pesquisa também revelou um interesse crescente em tecnologia, com 83% dos family offices dos EUA planejando investir em inteligência artificial (IA) nos próximos anos.
As preocupações imediatas para tais investidores incluem a possibilidade de um grande conflito geopolítico (57%) nos próximos 12 meses e o aumento dos impostos (73%) em um horizonte de cinco anos.
Europa: mudanças em perspectiva
Os super-ricos na Europa, excluindo a Suíça, manifestam sua própria gama de preocupações, com 61% temendo conflitos geopolíticos nos próximos tempos e 71% nos próximos cinco anos.
Comparativamente, 38% acreditam que as taxas de juro reais nos Estados Unidos permanecerão próximas de zero.
Além disso, um dado interessante é que a Europa registrou a maior porcentagem de super-ricos planejando alterar sua alocação estratégica de ativos em 2024, com 42% sinalizando tal intenção.
Em termos de geografia, a tendência é alocar 49% de suas carteiras para a Europa Ocidental.
Uma tendência global
A pesquisa de 2024 sugere uma mudança no equilíbrio das carteiras dos super-ricos ao redor do mundo, movendo-se em direção a uma maior diversificação entre títulos e ações.
Tal ajuste parece ser uma resposta a um ambiente de inflação moderada e taxas de juros em queda, uma adaptação que se alinha com a redução das elevadas rendas das aplicações em renda fixa, um movimento já indicado no relatório do ano anterior.
As alocações de recursos dos super-ricos variam significativamente conforme a região, refletindo prioridades e preocupações únicas.
Seja pela busca de segurança na América Latina, investindo em renda fixa, pelo foco em inovação nos Estados Unidos, ou pelas mudanças estratégicas na Europa, o comportamento desses investidores oferece um vislumbre fascinante sobre como os mais endinheirados do mundo projetam seu futuro financeiro em tempos de incerteza.
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