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Saúde

Joinville vai produzir mosquitos da dengue infectados para combater o inseto e a doença

A bactéria Wolbachia é inofensiva aos seres humanos.

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O município de Joinville, em Santa Catarina, começará a produzir mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia para combater a dengue na cidade. A previsão é iniciar a liberação dos primeiros “wolbitos” ainda em julho.

A Biofábrica do Método Wolbachia, inaugurada pela prefeitura dia 1º, está sendo equipada com dispositivos fornecidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que serão instalados nas próximas semanas.

A bactéria Wolbachia, presente em 60% dos insetos na natureza e inofensiva aos humanos, impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam nos mosquitos, contribuindo para a redução dessas doenças. Os wolbitos serão soltos em Joinville e irão se reproduzir com os Aedes aegypti locais, gradualmente estabelecendo uma nova população de mosquitos incapaz de transmitir essas doenças.

“Nos últimos dez anos, este projeto amadureceu cientificamente e tecnologicamente, mostrando eficácia onde foi implantado, com uma redução significativa das arboviroses, especialmente a dengue. Este ano, isso ficou evidente, pois Niterói teve uma redução considerável de casos de dengue em comparação com o Rio de Janeiro. O mesmo ocorreu em Petrolina e Campo Grande, comparadas com as cidades vizinhas,” explica Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz.

Joinville

Além de Joinville, o projeto está em fase de engajamento em Londrina e Foz do Iguaçu (PR). Em fases anteriores, o método foi implantado em Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). Próximas expansões incluirão Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP) e Natal (RN).

Desenvolvido na Austrália, o método de controle das arboviroses está presente em mais de 20 cidades de 14 países. Monitoramentos indicam que os wolbitos estão se estabelecendo com sucesso. Na Austrália, houve uma redução de 96% nos casos de dengue.

Bactéria Wolbachia

A bactéria Wolbachia é uma bactéria naturalmente presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, incluindo algumas espécies de mosquitos. Ela é inofensiva aos humanos e possui a capacidade de impedir que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam nos mosquitos.

Essa característica torna a Wolbachia uma ferramenta eficaz no combate a essas doenças transmitidas por mosquitos. Quando mosquitos Aedes aegypti são infectados com a Wolbachia e liberados no ambiente, eles se reproduzem com a população local de mosquitos, resultando em gerações futuras que também carregam a bactéria e, consequentemente, são incapazes de transmitir as doenças.

O método de utilizar a Wolbachia para controlar arboviroses foi desenvolvido na Austrália e está sendo implementado em várias cidades ao redor do mundo, mostrando resultados positivos na redução dos casos de doenças transmitidas por mosquitos.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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