Kamala Harris presidente: quais os impactos para o Brasil?

Com a possibilidade de Kamala Harris assumir a presidência dos Estados Unidos, as implicações para o Brasil podem ser significativas em áreas como meio ambiente, comércio e direitos humanos. Harris, vice-presidente no governo de Joe Biden, representa uma liderança que, embora menos polarizadora que seu antecessor Donald Trump, tende a adotar posturas firmes em temas centrais que afetam diretamente as relações entre os dois países.

Meio ambiente: pressão renovada

Um dos maiores impactos de uma presidência de Kamala Harris para o Brasil seria a questão ambiental. Harris compartilha a visão de Biden em relação à luta contra as mudanças climáticas e a preservação de florestas tropicais como a Amazônia. Isso sugere que um governo Harris continuaria a pressionar o Brasil para reduzir o desmatamento e adotar práticas mais sustentáveis. O governo brasileiro, especialmente sob lideranças menos preocupadas com a pauta ambiental, pode enfrentar críticas internacionais mais intensas, além de possíveis sanções econômicas ou políticas ligadas à questão ambiental.

O alinhamento de Harris com organizações multilaterais e acordos internacionais, como o Acordo de Paris, também indicaria uma postura mais incisiva sobre a responsabilidade do Brasil em relação à preservação da Amazônia, reforçando as cobranças já feitas pela comunidade internacional.

Comércio: abertura e desafios

Na área comercial, a presidência de Harris poderia trazer aspectos tanto positivos quanto desafiadores para o Brasil. Por um lado, Harris não compartilha da postura protecionista de Donald Trump, o que poderia facilitar o diálogo para acordos comerciais. A vice-presidente tem defendido uma maior integração global e alianças estratégicas com outras nações, o que abriria oportunidades para o Brasil aumentar suas exportações, especialmente em áreas como agronegócio e tecnologia.

Por outro lado, Harris também tem um histórico de defesa do trabalho e da regulação ambiental nas cadeias de produção globais. Isso poderia resultar em maiores exigências sobre as práticas ambientais e trabalhistas do Brasil para manter ou expandir seu acesso ao mercado americano. A produção de commodities agrícolas e minerais, setores estratégicos para a economia brasileira, pode enfrentar maior escrutínio sobre suas práticas de sustentabilidade.