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Preocupação fiscal faz Ibovespa voltar para os 94 mil pontos

Mercado reage a anuncio do governo de que recursos para o Renda Cidadão virão do Fundeb e dos precatórios

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Vão se às rosas, ficam os espinhos, assim podemos descrever o pregão hoje. O dia tinha tudo para ser tranquilo, com o investidor acompanhando o mercado internacional e aproveitando o bom humor para fazer os ajustes de final de mês em suas carteiras. Mas, bastou o governo entrar em cena para azedar o humor. A queda do índice se acentuava à medida que o governo apresentava o novo programa de renda mínima que ficará no lugar do Bolsa Família. No pior momento do dia, o Ibovespa atingiu 94.370 pontos. No final, o índice doméstico encerrou com declínio de 2,32%, aos 94.744 pontos.

Após reunião com líderes do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que buscará medidas para recuperar o emprego no País e que levantará recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e dos precatórios para bancar o novo programa social, o Renda Cidadão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta do governo é a “verdade orçamentária” e que o Brasil “é sério e se comporta dentro da responsabilidade fiscal”. Para contribuir com o movimento, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) informou que não há acordo sobre a reforma tributária.

Para o economista da Nova Futura Investimentos Pedro Paulo Silveira, a principal questão é se  o governo conseguirá manter o auxílio emergencial sem aumentar ainda mais o déficit público. “O que o governo evidenciou hoje é que ele não conseguiu achar uma saída para isso. O mercado está à espera de um milagre e hoje ele anunciou que não há milagre. Não dá para olhar tudo isso e enxergar uma saída para o déficit público”, avalia.

Para o operador da mesa de renda variável da H.Commcor Ari dos Santos, a falta de novidades por parte do governo foi o que levou a mudança de direção. “O mercado quer escutar avanços, todo mundo esperava uma novidade sobre essa questão. Como o governo não falou nada, apenas disse que está estudando opções, o mercado estressou e deixou de acompanhar o desempenho positivo lá de fora”, avalia.

Do lado corporativo, poucas empresas encerraram o pregão em alta, os destaques foram: Embraer (+3,43%), Santander (+2,13%) e IRB Brasil (+1,12%). Já do lado negativo, as maiores quedas foram verificadas em Minerva (-5,44%), Ultrapar (-4,62%) e Estácio (-4,57%).

As ações dos frigoríficos também foram pressionados para baixo com a decisão do Conselho da China de atingir 95% de autossuficiência na produção de carne suína no longo prazo.

Antes do anuncio, a Bolsa doméstica acompanhava o tom positivo vindo do exterior, onde o desempenho foi atribuído a dados positivos na China e ao avanço dos papéis de empresas de tecnologia nos Estados Unidos.

Logo cedo, a informação de que o lucro das indústrias na China saltou 19% em agosto, pelo quarto mês consecutivo, animou os investidores e contaminou os demais mercados no mundo. Além disso, na Europa, o desempenho das ações dos bancos foi puxado pelo HSBC, que atraiu compras após a seguradora China Ping An anunciar que aumentará sua participação nos bancos.

Anos EUA, o investidor segue atento a intensificação da campanha eleitoral. O presidente Donald Trump não está disposto a deixar a Casa Branca. Ele já disse que, se perder, não fará uma transferência de poder tranqüila, o que gerou preocupação. Por outro lado, a notícia de que Trump não pagou imposto de renda em 10 dos últimos 15 anos, pode ampliar a vantagem do seu rival, o democrata Joe Biden. Além disso, a expectativa de que Trump adote uma postura mais agressiva em relação à China pode colocar mais volatilidade aos negócios.

Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou com alta de 1,51%, aos 27.584 pontos e o Nasdaq com valorização de 1,87%, aos 11.117 pontos.

 

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