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RD Saúde tem queda de 17% no lucro do 1TRI25

Balanço foi divulgado dia 7.

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Planos de saúde são impedidos de ser comercializados.

A RD Saúde, antiga RaiaDrogasil (RADL3), registrou um lucro líquido ajustado de R$ 177,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, queda de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem líquida ficou em 1,6%, representando uma contração de 0,6 ponto percentual na comparação anual.

Apesar da redução no lucro, a empresa reportou crescimento nas receitas, que somaram R$ 10,8 bilhões, alta de 10,4% em 12 meses. O desempenho operacional, medido pelo Ebitda ajustado, somou R$ 644,1 milhões, recuo de 5% na base anual e abaixo da estimativa média dos analistas, que projetavam R$ 690,8 milhões, segundo dados da LSEG.

Queda de margem e impacto da Selic

A empresa informou que as despesas financeiras líquidas representaram 1,6% da receita bruta, patamar estável em relação ao primeiro trimestre de 2024. Do total de R$ 175,6 milhões em despesas financeiras no período, R$ 113,9 milhões referem-se a juros sobre passivo financeiro — o equivalente a 1,1% da receita bruta, com alta de 0,3 ponto percentual, influenciada pela elevação da taxa Selic e pelo maior volume de dívida.

Outros R$ 61,7 milhões dizem respeito a despesas relacionadas ao Ajuste a Valor Presente (AVP), o que representou 0,6% da receita bruta e crescimento de 0,1 ponto percentual.

A margem bruta recuou 0,6 ponto percentual, ficando em 26,6%, com lucro bruto total de R$ 2,88 bilhões. Segundo a companhia, o encolhimento da margem reflete o mix de categorias, investimentos em precificação e promoções, além de uma pressão de 0,3 ponto percentual vinda do índice de perdas — parcialmente compensados por um aumento de 0,2 ponto percentual no AVP.

Pressão em despesas e desaceleração em lojas maduras

As despesas com vendas totalizaram R$ 1,93 bilhão, equivalentes a 17,9% da receita bruta, um aumento de 0,7 ponto percentual em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A companhia atribuiu esse avanço à menor diluição de custos operacionais, explicada pelo pico de vendas registrado no 1T24, que não se repetiu neste ano.

Em contrapartida, as despesas gerais e administrativas apresentaram diluição de 0,3 ponto percentual, ficando em 2,8% da receita bruta (R$ 303,3 milhões), graças a um esforço de contenção estrutural, férias coletivas e provisões compatíveis com o desempenho da companhia.

A RD Saúde registrou crescimento de 5,4% nas vendas em mesmas lojas, enquanto as unidades maduras — com mais de três anos de operação — cresceram 3,4%, ficando 1,1 ponto percentual abaixo do reajuste de medicamentos autorizado pela CMED em 2024, de 4,5%. Descontado o efeito calendário negativo de 1,3 ponto percentual, o desempenho dessas lojas ficou alinhado ao índice da CMED.

Expansão continua acelerada

A companhia encerrou o trimestre com 3.301 farmácias em operação, após inaugurar 75 novas unidades entre janeiro e março. No acumulado de 12 meses, foram abertas 313 lojas — um recorde histórico para a empresa. A RD Saúde reiterou sua projeção de abrir entre 330 e 350 novas unidades ao longo de 2025.

O investimento (CAPEX) no trimestre foi de R$ 263,2 milhões, dos quais R$ 111,6 milhões foram direcionados à abertura de lojas, R$ 57 milhões para manutenção e reforma, R$ 62,8 milhões em tecnologia, R$ 23,2 milhões em logística e R$ 12,2 milhões em projetos diversos.

Endividamento em alta

A dívida líquida da RD Saúde atingiu R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre, alta de 11,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado dos últimos 12 meses subiu de 1,1 vez para 1,2 vez.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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