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Safra de soja 2020/21 no Brasil deve bater recorde de 131,3 mi de t, diz AgRural

Ciclo deverá ser o melhor da história no que se refere à rentabilidade para os produtores.

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A AgRural informou nesta quinta-feira que o Brasil deverá registrar uma safra recorde de 131,3 milhões de toneladas de soja em 2020/21, salto de 5% em relação à temporada anterior. Se o tempo ajudar, disse a consultoria, o ciclo deverá ser o melhor da história também no que diz respeito à rentabilidade para os produtores.

O analista da AgRural, Fernando Muraro, disse que em 2020/21 os produtores do Brasil poderão desfrutar quase totalmente dos efeitos do câmbio mais alto para os preços. Isso não ocorreu em 2019/20 porque que quando o dólar chegou a níveis próximos de 5,40 reais, em abril, a maior parte da safra anterior já havia sido negociada.

“A 2019/20 foi boa, mas a 2020/21 será excelente, agora sim os produtores estão aproveitando efetivamente a desvalorização cambial (do real)”, afirmou o analista.

“Por isso que a safra 2021 eu chamo de safra de ouro, nem nos melhores sonhos as pessoas acreditavam que a saca de soja chegaria a 120 reais, todo o benefício vai acontecer na safra 2021”, acrescentou.

Até agosto, a projeção de área plantada de 37,9 milhões de hectares e a produção era de 129,3 milhões de toneladas, mas a AgRural revisou para cima os números, e agora prevê um avanço de 3,25% no plantio, para 38,1 milhões de hectares, à medida que cresce o otimismo com uma safra com o maior nível de vendas já registrado antes da largada das plantadeiras, o que deve começar nas próximas semanas.

A consultoria também verificou uma oscilação recorde nas cotações. Em Lucas do Rio Verde, importante região produtora de Mato Grosso, a saca de soja oscilou 53,50 reais entre janeiro em dezembro, ficando acima da grande variação vista em 2012, de 39,50 reais, contra somente 19,50 reais no ano passado.

“A gente nunca conseguiu atingir o preço perfeito, o mercado ficou várias vezes acima do preço sonhado. O produtor pensava: ‘não quero vender a 70’, quero 80, e teve 80, e assim por diante”, disse Muraro.

A venda de três safras em um mesmo ano também foi uma “coisa que nunca vimos na histórica”, afirmou Muraro referindo-se às produções de 2019/20, 2020/21 e 2021/22.

No caso da 2020/21, que será plantada neste mês, as vendas avançaram para 48% da produção esperada, alta mensal de 5 pontos, enquanto o Brasil já vendeu 2,2% do ciclo 2021/22, segundo os números da consultoria.

“São muitas coisas inéditas para o setor, vivemos um momento maravilhoso de forma geral”, continuou.

O analista disse ainda que a bolsa de Chicago tem se firmado, compensando um recuo recente do dólar frente ao real. “A desvalorização cambial é sempre uma dádiva para agricultura, mas essa foi sensacional”.

Ele ponderou que as rentabilidades ainda dependem de uma produtividade que está vinculada ao clima para o desenvolvimento das lavouras, mas destacou que os capitalizados produtores estão investindo fortemente.

“Em virtude dessa rentabilidade, é uma safra de super investimento. A mesma coisa para a safrinha (de milho) do ano que vem…”.

A AgRural disse que registrou salto de 10 reais por saca para a soja de uma safra para a outra no Mato Grosso. Levando em conta uma produtividade média de 60 sacas, o aumento representa um faturamento de quase 600 reais a mais por hectare.

O produtor conseguiu fechar seus custos com fertilizantes e agroquímicos em bons momentos e, pagando à vista, muitos tiveram bom poder de negociação, fechando acordos com um dólar mais baixo, completou Muraro.

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