União Europeia aprova plano de defesa de 800 bilhões de euros

A União Europeia aprovou um plano ambicioso de fortalecimento militar, batizado de Rearmar a Europa, proposto pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A informação é do Jornal Económico, com agências internacionais.

De acordo com o periódico, após longas negociações, os 27 Estados-membros chegaram a um consenso sobre o pacote de investimentos, que prevê cerca de 800 bilhões de euros, incluindo 150 bilhões de euros em empréstimos. A decisão, oficializada pelo Conselho Europeu, destaca a necessidade de um aumento substancial nos gastos com defesa, conforme um comunicado divulgado pela agência AFP.

Entre as opções estudadas para viabilizar o financiamento, discute-se a possibilidade de flexibilizar as regras fiscais do bloco, permitindo que os países elevem seus gastos militares sem que isso impacte o cálculo do déficit público, tradicionalmente limitado a 3% do PIB. Essa medida poderia liberar até 650 bilhões de euros nos próximos quatro anos. Apesar da mobilização de recursos, a Comissão Europeia ressaltou que esses valores terão de ser compensados futuramente.

União Europeia

O financiamento incluirá investimentos conjuntos entre pelo menos dois países para impulsionar áreas críticas, como defesa antiaérea, mísseis, drones, sistemas antidrones e artilharia pesada. Von der Leyen afirmou que esse fortalecimento permitirá que os países europeus ampliem significativamente o apoio militar à Ucrânia.

A proposta foi bem recebida pelo bloco, que se comprometeu a analisá-la com prioridade. No entanto, ainda há muitas decisões pendentes sobre sua implementação.

Conflitos mundo afora

Atualmente, o mundo enfrenta diversos conflitos armados que resultam em significativas perdas humanas e deslocamentos populacionais. Abaixo, destacam-se alguns dos principais conflitos em curso:

1. Conflito na Ucrânia (2022–presente)

Em fevereiro de 2022, a Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia, provocando milhares de mortes e deslocamentos massivos. Até novembro de 2023, a Ucrânia relatou ataques a quase 120 áreas em 24 horas, o maior ataque individual desde o início do ano. A Rússia controla cerca de 17,5% do território ucraniano reconhecido internacionalmente.

2. Conflito Israel-Gaza (2023–presente)

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, resultando em mais de 1.400 mortes e a captura de mais de 200 reféns. Em resposta, Israel conduziu uma ofensiva militar intensiva na Faixa de Gaza, que causou mais de 10.000 mortes, com 40% das vítimas sendo crianças, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza. A ONU acusou Israel de cometer “crimes de guerra” devido à sua resposta, enquanto Israel afirmou ter o direito de se defender e acusou o Hamas de crimes semelhantes.

3. Guerra Civil no Sudão (2023–presente)

Em abril de 2023, confrontos entre as Forças Armadas do Sudão (SAF) e as Forças de Suporte Rápidas (RSF) eclodiram, levando a fugas em massa, interrupções de serviços básicos e uma grave crise humanitária. As batalhas resultaram em milhares de mortes e deslocamentos internos e externos significativos.

4. Conflitos na Nigéria e na Síria

Na Nigéria, batalhas entre forças governamentais e grupos radicais islâmicos em diversos estados resultaram em um número elevado de vítimas, aproximando-se da marca de 1.000 mortos, qualificando-o como um conflito armado significativo. Na Síria, a guerra civil, que começou em 2011, envolve múltiplos grupos rebeldes e potências estrangeiras, incluindo Rússia, Turquia, Catar, Arábia Saudita e Estados Unidos, também registrando um número elevado de vítimas mortais.

5. Conflito no Leste da República Democrática do Congo (2025)

Desde o início de 2025, a violência no leste da República Democrática do Congo aumentou significativamente, afetando gravemente crianças e serviços básicos. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas, e houve um aumento dramático em violações contra crianças. As cidades de Goma e Bukavu foram capturadas pelo grupo M23, resultando em numerosos feridos e mortos.

(Com Agências Internacionais).