União Europeia estuda retaliar tarifas de Trump

Em resposta à nova rodada de tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, a União Europeia avalia impor sanções comerciais contra produtos norte-americanos. De acordo com a Reuters, o bloco europeu considera sobretaxar itens como soja, nozes e salsichas em até 25%. Embora produtos icônicos, como o uísque bourbon, tenham ficado de fora da primeira lista, autoridades indicam que novas medidas estão sendo analisadas caso a escalada tarifária avance.

O movimento europeu é uma reação direta ao pacote tarifário imposto por Donald Trump, que já afeta as exportações europeias de automóveis e metais e pode incluir, nos próximos dias, novas barreiras sobre bebidas alcoólicas produzidas na Europa. A partir desta quarta-feira (8), entra em vigor uma tarifa adicional de 20% sobre diversos produtos do bloco, intensificando o clima de tensão entre dois dos maiores polos econômicos do mundo.

O aumento da pressão ocorre em um momento de instabilidade nos mercados globais. Embora as bolsas europeias tenham se recuperado das mínimas registradas nos últimos 14 meses, após uma sequência de fortes quedas, o cenário permanece volátil. Os preços do petróleo, que haviam despencado, voltaram a se estabilizar. Já em Wall Street, os ganhos observados no início do dia se dissiparam rapidamente após a confirmação da tarifa de 104% sobre produtos chineses.

Trump

Em meio ao impasse comercial, líderes empresariais europeus se unem a representantes do setor privado nos Estados Unidos para pressionar por uma revisão da estratégia adotada por Trump. Empresários alertam para os impactos negativos sobre a cadeia global de suprimentos e sobre o poder de compra dos consumidores, que já começam a sentir os efeitos da alta nos preços de importados.

Até o momento, no entanto, a Casa Branca mantém o tom inflexível. Segundo o principal negociador comercial dos EUA, Jamieson Greer, não há previsão de exceções ou adiamentos, mesmo para aliados históricos como os países da União Europeia. A estratégia do governo norte-americano é buscar acordos “sob medida” com parceiros comerciais, priorizando Japão, Coreia do Sul e outras nações consideradas estratégicas.

Com as duas maiores economias do mundo em rota de colisão e a Europa pronta para reagir, cresce o temor de uma guerra comercial prolongada, cujos efeitos poderão se espalhar por diversas indústrias ao redor do mundo.

(Com Agências Internacionais).