Usar IA para organizar as finanças: acerto ou erro grave?

O uso da inteligência artificial (IA) para organizar finanças pessoais está ganhando adeptos no Brasil, especialmente entre os usuários do TikTok. A plataforma tem se tornado um celeiro de dicas e estratégias, mas a questão que fica é se essa prática realmente compensa.

Diversos vídeos na rede social demonstram o uso de IA para gerenciar despesas, identificar padrões de consumo e planejar metas financeiras. No entanto, especialistas alertam que, apesar do potencial, a abordagem exige cautela e conhecimento para evitar possíveis armadilhas.

IA para resolver a vida financeira: uma boa ideia?

Na busca por otimizar suas finanças, muitos brasileiros recorrem a prompts para o ChatGPT, um modelo de linguagem que responde a perguntas e sugere estratégias financeiras. O recurso analisa dados, como faturas de cartões de crédito, identificando áreas de economia.

Economistas destacam que o sucesso dessa empreitada depende de saber formular as perguntas certas e interpretar as respostas com criticidade. Sem essas habilidades, o risco é tomar decisões financeiras precipitadas ou inadequadas.

Sucesso do planejamento com IA depende da leitura das informações geradas, sendo necessário descartar aquilo que não faz parte da vida financeira da pessoa (Foto: iStock)

Potenciais benefícios

Apesar das ressalvas, a IA pode ser útil na criação de planilhas e no planejamento financeiro. Muitos investidores ressaltam que, ao utilizar essa tecnologia com senso crítico, ela pode auxiliar na organização e uso prudente dos recursos financeiros.

Além disso, a IA oferece a possibilidade de mapear gastos e propor ajustes. Contudo, nem tudo é um mar de rosas: para que funcione, os consumidores devem ser ativos na interpretação dessas informações, adaptando-as à sua realidade financeira e comportamento de consumo.

Ou seja, a informação universalizada dada pela IA deve ser interpretada de acordo com sua realidade ou o objetivo terá fracassado.

Riscos de acreditar 100% em uma IA

Segundo Alexandre Nery, da Serasa Experian, o uso de IA também traz riscos significativos, como a exposição de dados sensíveis e a influência em decisões de investimento inadequadas.

Ele alerta para a importância de evitar compartilhar informações pessoais, como nome completo e números de documentos.

Além disso, é crucial escolher ferramentas confiáveis e estar ciente das políticas de privacidade dessas plataformas. Nery aconselha sempre verificar se os dados fornecidos serão armazenados e como serão utilizados.

Enquanto a IA pode ser uma aliada no controle financeiro, seu uso demanda responsabilidade e conhecimento.

Os consumidores devem estar atentos aos riscos e munir-se de informações antes de adotar essa tecnologia como ferramenta principal na gestão de suas finanças.