Você sabe qual carne mais encareceu no último mês? Spoiler: não foi a picanha!

No último levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o patinho ganhou destaque como o corte de carne com maior aumento em novembro: +8,39%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a alta chega a impressionantes 19,63%. Mas o que está por trás desse aumento tão expressivo?

Por que o preço do patinho subiu tanto?

Corte versátil e de custo intermediário, o patinho é presença garantida em pratos como almôndegas, hambúrgueres caseiros e carnes moídas. Justamente por ser acessível, ele se torna uma escolha popular em momentos de alta nos preços das carnes.

Em um cenário onde cortes premium, como picanha (+3,06%) e filé-mignon (+6,55%), registram altas consideráveis, muitas famílias acabam optando por alternativas mais econômicas, como o patinho.

Além disso, fatores como a menor oferta interna de carne, o crescimento das exportações e a desvalorização do real em relação ao dólar também contribuíram para encarecer o produto no mercado brasileiro.

O contexto do mercado de carnes

Segundo André Almeida, gerente do IPCA e INPC, “a menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto”, o que explica parte do movimento de alta nos preços.

Outro ponto importante é o aquecimento do consumo interno registrado no segundo semestre de 2024. Esse cenário coincidiu com um aumento nas exportações, criando uma disputa entre mercado interno e externo.

Com escalas de abate mais apertadas, o preço da arroba do boi saltou de R$ 196, em setembro, para R$ 353 em novembro.

O que esperar dos preços

A combinação de uma oferta reduzida, exportações em alta e desvalorização cambial indica que os preços das carnes podem seguir pressionados nos próximos meses.

Enquanto cortes nobres, como a picanha, registram aumentos mais moderados, os cortes menos caros, como o patinho, acabam sendo mais procurados, o que mantém a pressão sobre seus valores.

Para os consumidores, isso significa estar atento às tendências e buscar alternativas mais em conta sem abrir mão da qualidade. Afinal, até mesmo cortes mais acessíveis podem oferecer refeições saborosas e nutritivas com planejamento e criatividade.

*Com informações de InfoMoney.