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E agora, iFood? O fim da exclusividade e os segredos que vão impactar você

Concorrência desleal e monopólio do mercado motivaram ação de concorrentes no Cade. iFood dominava, até então, 80% do setor de delivery.

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Desde que chegou ao Brasil, o iFood vivenciou um crescimento rápido dos seus serviços. Hoje, o aplicativo domina 80% do delivery de comida no país, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

O primeiro revés dessa história, talvez, esteja em uma mudança recente na relação do app com as empresas. Isso, porque o iFood perdeu o contrato de exclusividade com grandes redes de restaurantes.

Depois de ser alvo de uma ação proposta por mais de 40 empresas, o app precisou entrar em acordo com o Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor (Cade), o que pode influenciar diretamente no futuro do serviço no Brasil.

Entenda!

A relação mantida com grandes redes de bares e restaurantes é responsável, e muito, pelo crescimento do iFood. Em resumo, esses estabelecimentos garantiam a exclusividade das entregas ao aplicativo em troca de investimentos e condições especiais nas vendas.

Essa realidade, claro, não agradou em nada os apps concorrentes. Eles perceberam que toda essa situação contribuía para o domínio do mercado, gerando concorrência desleal e monopólio, e o caso foi parar no Cade, órgão responsável por avaliar esse tipo de caso.

A Rappi, que é uma das principais concorrentes do iFood, foi quem liderou a ação que questionou a postura do iFood. O Cade foi obrigado a estabelecer um acordo e extinguir a exclusividade do app com os restaurantes.

Efeitos da mudança

Conforme as regras do acordo, o iFood deverá manter um limite de vendas exclusivas em 25% em nível nacional e, em cidades com mais de 500 mil habitantes, esse índice não pode ultrapassar os 8%.

Fora isso, grandes redes de restaurantes que possuem mais de 30 unidades ficam proibidas de estabelecer contratos de exclusividade com a plataforma de delivery.

A mudanças é bem sensível, diante do que vinha sendo praticado até então. A partir de agora, o Cade colocou, até mesmo, um prazo máximo para os contratos de exclusividade. Eles não poderão ter mais do que 24 meses de duração.

Tática

A estratégia da empresa, certamente, será investir mais na relação com pequenos e médios estabelecimentos. Eles já correspondem a 70% dos restaurantes cadastrados no app.

A ideia é ampliar as linhas de crédito e apoiar mais os pequenos negócios, com capacitações, subsídios, promoções e ferramentas tecnológicas, além de criar iniciativas para reduzir o custo desses restaurantes.

O futuro do serviço no Brasil depende, agora, do estreitamento dos laços com esse público, já que a exclusividade de antes, com as grandes redes, ficou comprometida após o acordo do Cade.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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