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Criptomoedas

Memes viraram moeda? Entenda as diferenças entre memecoins e demais criptos

Memecoins são impulsionadas por tendências da internet e, por isso, se diferenciam das demais criptomoedas.

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O início de 2024 destacou-se no universo das criptomoedas pelo movimento expressivo das chamadas “memecoins“. Enquanto o lançamento dos ETFs de bitcoin à vista prometia ser o evento principal, diversas moedas digitais menos conhecidas ganharam protagonismo, surpreendendo investidores com seus altos retornos.

De acordo com a CoinGecko, o valor de mercado das criptomoedas aumentou consideravelmente, atingindo um incremento de US$ 661 bilhões (R$ 3,595 trilhões) nos primeiros seis meses de 2024.

Mesmo com o Bitcoin representando uma parcela significativa desse crescimento, outros tokens chamaram atenção, especialmente pelo aumento substancial de seus valores.

As chamadas “memecoins” apresentaram um desempenho notável, superando a valorização do Bitcoin.

Dentre essas, a Dogwifhat, com seu logotipo peculiar de um Shiba Inu, destacou-se ao registrar uma alta impressionante de 1.300%. Outra moeda, o token Pepe, também se sobressaiu, com um ganho de 815%.

Apesar de também serem criptomoedas, as memecoins apresentam diferenças fundamentais – Imagem: reprodução

Mas o que são as memecoins, afinal?

Caracterizadas pela volatilidade, as memecoins são criptomoedas associadas a piadas que se tornam virais. Diferentemente do Bitcoin, visto como uma reserva de valor estável, as memecoins são investimentos mais especulativos e sujeitos a grandes flutuações de preço.

As redes sociais, como Facebook, X e Instagram, são fundamentais para o sucesso desses ativos digitais, pois promovem a rápida viralização de conteúdos que utilizam memes.

O Dogecoin, por exemplo, deve parte de seu sucesso à promoção do bilionário Elon Musk. Suas publicações frequentes sobre o DOGE ajudaram a moeda a alcançar um público global. Tal fenômeno ilustra o impacto das redes sociais no setor cripto.

Diferenças entre criptos tradicionais e memecoins

Apesar de compartilharem a tecnologia blockchain, essas duas categorias de criptoativos apresentam peculiaridades distintas. As moedas meme, como já dito, são inspiradas em memes da internet e tendem a ser movidas por tendências virais.

Além disso, memecoins são criadas para diversão e muitas vezes carecem de equipes de desenvolvimento ativas. Essas moedas raramente têm planejamento estratégico para seu crescimento.

Já as criptomoedas tradicionais, como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH), são projetadas por comunidades engajadas e visam à descentralização de serviços financeiros.

O ETH, por exemplo, criou a primeira rede de contratos inteligentes, enquanto o Bitcoin facilita transações P2P sem intermediários. Essas funcionalidades agregam valor aos seus tokens por meio da utilidade e da adoção global.

A volatilidade é uma característica comum entre ambos os tipos de ativos. Entretanto, as memecoins apresentam riscos mais elevados, pois seu valor é amplamente dependente do entusiasmo das redes sociais e de tendências momentâneas.

Tal aspecto contrasta bastante com os contextos tradicionais, os quais demonstram maior estabilidade por meio de planejamento e inovação contínua.

Principais características resumidas:

  • Definição: Memecoins são inspiradas por memes, enquanto tokens tradicionais são criptoativos definidos com aplicações claras.

  • Utilidade: As memecoins têm pouca utilidade, sendo usadas principalmente para especulação, enquanto os tokens tradicionais oferecem funcionalidades diversas;

  • Oferta: as memecoins geralmente têm uma oferta ilimitada, ao passo que as criptomoedas tradicionais possuem limites para garantir estabilidade.

Risco e volatilidade

Investir em memecoins é altamente especulativo e pode resultar em ganhos rápidos, mas também em perdas substanciais, devido à sua volatilidade extrema, alimentada por hypes.

Por outro lado, os tokens tradicionais, embora menos arriscados, também são voláteis, mas seu valor se estabiliza com a adoção crescente e utilidade contínua.

Embora as memecoins tenham capturado a atenção dos investidores no início de 2024, especialistas como James Royal, analista do BankRate, alertam para os riscos envolvidos. Ele destaca que o interesse por essas moedas pode ser passageiro e, sem demanda, elas podem perder todo o valor.

O cenário das criptomoedas evoluiu significativamente desde 2020, enfrentando altos e baixos. Após um “inverno cripto” difícil em 2022, o mercado voltou a crescer com o interesse renovado dos investidores. No entanto, a volatilidade inerente a essas moedas continua a ser uma característica marcante, seja memecoin ou não.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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