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Warren Buffett anuncia aposentadoria e indica sucessor na Berkshire Hathaway

Megainvestidor.

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O mundo dos investimentos assistiu dia 3 ao encerramento de um dos capítulos mais emblemáticos do capitalismo moderno. Warren Buffett, aos 94 anos, anunciou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway até o fim de 2025, passando oficialmente o bastão para Greg Abel, de 62 anos, atual vice-presidente da empresa. A decisão foi comunicada durante a aguardada reunião anual de acionistas em Omaha, no Nebraska, evento que tradicionalmente atrai milhares de investidores e admiradores do chamado “Oráculo de Omaha”.

“Teremos uma reunião do conselho da Berkshire amanhã. Dos 11 diretores, apenas dois — meus filhos, Howie e Susie — sabem do que vou falar. Para os outros, será novidade. Mas acredito que chegou a hora de Greg assumir como CEO ao final do ano”, afirmou Buffett, nos momentos finais do encontro, surpreendendo parte dos presentes.

Embora Abel tenha sido indicado como sucessor desde 2021, a fala de Buffett soou como um momento definitivo de transição, marcando o fim de uma era. O anúncio vem em um momento de força da Berkshire Hathaway, que recentemente atingiu um valor de mercado de quase US$ 1,2 trilhão, com suas ações em novo pico histórico.

Buffett afirmou que continuará próximo da empresa, mas que Abel terá a palavra final sobre as operações e alocação de capital. “Ele é exatamente o tipo de gestor que eu gostaria de ser se tivesse as habilidades dele”, disse Buffett anteriormente sobre Abel, que é canadense e está na Berkshire desde 2000, tendo liderado a Berkshire Energy antes de assumir responsabilidades mais amplas.

Uma lenda do capitalismo

Nascido em 30 de agosto de 1930, em Omaha, Nebraska, Warren Edward Buffett é considerado um dos maiores investidores de todos os tempos. Filho de um corretor de ações e congressista, começou cedo no mundo dos negócios — aos 11 anos já comprava ações e, na adolescência, tocava pequenos empreendimentos locais.

Em 1965, Buffett assumiu o controle da então decadente fábrica têxtil Berkshire Hathaway. Em vez de insistir no setor têxtil, utilizou a empresa como um veículo de investimentos, criando um conglomerado diversificado que hoje detém participações em negócios como Coca-Cola, Apple, American Express, a seguradora Geico, a ferroviária BNSF e muitas outras.

Conhecido por seu estilo de vida frugal, por morar na mesma casa modesta há décadas e por sua filosofia de investimentos de longo prazo baseada em valor, Buffett também se destacou pela filantropia. Em 2006, prometeu doar 99% de sua fortuna — estimada atualmente em cerca de US$ 130 bilhões — principalmente para a Fundação Bill & Melinda Gates e outras instituições beneficentes.

Ao lado de Bill Gates, foi cofundador do movimento The Giving Pledge, incentivando bilionários a doarem a maior parte de suas fortunas.

Legado e futuro

Com a saída de Buffett, encerra-se não apenas um capítulo da Berkshire Hathaway, mas uma era de liderança singular, marcada por disciplina, visão de longo prazo e uma ética de negócios rara em Wall Street. A sucessão para Greg Abel já vinha sendo planejada com cautela e, segundo analistas, deve assegurar a continuidade da cultura e dos princípios que tornaram a Berkshire uma das empresas mais respeitadas e rentáveis do mundo.

Apesar da transição, Buffett garantiu que continuará por perto, em função ainda não especificada. “Estarei por aqui se precisarem de mim. Mas a responsabilidade passa a ser de Greg. Ele tem toda a minha confiança”, concluiu.

Com isso, o investidor que transformou uma fábrica têxtil falida em um império trilionário se despede do comando, deixando um legado inigualável no mundo dos negócios.

(Com Agências Internacionais).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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