Finanças
Cashback: entenda como funciona e quais cuidados deve tomar
Apesar da garantia de dinheiro de volta, pesquisa de preço pode oferecer melhores condições de compra.
Com o crescimento do comércio online, especialmente em função da pandemia do novo coronavírus, mais consumidores têm procurado no Google sobre o vocábulo inglês cashback, que significa dinheiro de volta. O programa funciona como uma espécie de desconto, em que você paga o valor cheio e recebe um percentual em cima dele, a depender de cada instituição.
Dessa forma, o cliente faz o cadastro no site ou aplicativo de cashback, que possui vários estabelecimentos parceiros oferecendo uma porcentagem. Assim que a compra é efetuada pelo link do app ou site, a pessoa é reembolsada com parte do valor da compra. Em alguns casos, também é oferecido cashback para compras em lojas físicas.
No entanto, ainda que cada empresa possua suas normas, é costume ter de acumular uma quantia mínima na plataforma antes de solicitar a transferência do dinheiro para a conta corrente ou poupança.
Entre os aplicativos de cashback, Méliuz e Ame Digital são os mais populares no Brasil. Além deles, a rede varejista Magazine Luiza lançou neste ano, na sua plataforma, um sistema de devolução próprio – as quantias podem ser utilizadas em novas compras, pagamento de contas e transferências.
“É da natureza humana a gente querer alguma recompensa. E o cashback é cirúrgico nesse ponto, ao te dar uma pequena recompensa para você se sentir gratificado por algo que você fez — e esse algo é uma compra, um consumo. É aí que mora o risco”, ressalta a consultora de finanças pessoais para mulheres, Evelin Bonfim. “Psicologicamente, isso é muito poderoso”, acrescenta.
“Quando você vê os R$ 5 na sua conta, seu cérebro interpreta como algo positivo, mas já esqueceu que sua fatura do cartão de crédito veio mil reais mais cara”, diz Bonfim. Portanto, é preciso tomar cuidado com as compras por impulso e manter a regra de pesquisa de preços. “Às vezes, você vai ter cashback de 2%, mas encontra em outro lugar com 10% de desconto”, alerta.
No viés das empresas, Bonfim argumenta que o sistema é vantajoso por estimular compras em maior quantidade e frequência. “Você compraria um livro, mas lá acaba comprando cinco. E o dinheiro que ela te paga de volta, a empresa economiza no marketing, por exemplo: em vez de fazer um anúncio tradicional, faz parceria com site de cashback. Não podemos ser ingênuos: se está no cashback é porque vale a pena pro varejista. Ele devolve 3% e você vai comprar 5x a mais do que compraria se não tivesse aquele estímulo”, descreve.
“Você tem que encarar (o cashback) como um desconto na compra que você está fazendo. E não é por estar com desconto que é boa compra pra você”, frisa. “Se comprar exatamente o que já estava planejando comprar, está tudo certo”, finaliza a especialista.
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